quarta-feira, 28 de maio de 2014

Posto de gasolina de deputado do PT tinha até caça-níqueis



Luiz Moura, preso por roubo a mão armada nos anos 1990, foi processado também por contravenção

O deputado estadual Luiz Moura (PT), que participou de uma reunião com suspeitos de integrar o PCC em março deste ano, foi alvo de uma ação judicial por contravenção penal por ter abrigado máquinas caças-níqueis em um posto do qual era dono.

Moura, que hoje é dono de quatro postos de gasolina, foi sócio de um outro na Avenida Cupecê, na zona sul de São Paulo, no qual, em 2007, a polícia encontrou duas máquinas caça-níqueis que o próprio petista afirmou terem sido instaladas pelo homem que gerenciava o estabelecimento.

Em 31 de agosto de 2007, a polícia compareceu ao posto após denúncia de que ele estava sendo utilizado para exploração de jogos de azar, o que é uma infração penal passível de punição com pena de prisão simples ou multa.

Levado para averiguação na delegacia, o frentista Marcio Junger Santos, único funcionário que estava trabalhando no momento da apreensão, afirmou que nada sabia, e que a única pessoa que poderia dar algum esclarecimento era ”o gerente Ricardo”. O frentista também afirmou desconhecer o real dono do posto.

Pouco mais de um ano e meio após a apreensão das máquinas, em 17 de março de 2009,o delegado José Ademar de Sousa, do 43º Distrito Policial, ouviu Luiz Moura. Na ocasião, ele ainda não exercia mandato parlamentar. Foi eleito em 2010 e assumiu cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2011.

O petista declarou à Polícia que quem administrava o estabelecimento era o mesmo Ricardo mencionado pelo frentista, mas não soube informar o seu paradeiro – àquela altura, Moura já deixara de ser sócio do posto.

Sobre o depoimento de Moura, o escrivão anotou: “Acerca das duas máquinas de jogos eletrônicos, caça-níqueis, apreendidas na loja de conveniência de seu posto de gasolina, informa que foi seu gerente Ricardo que na época autorizou a instalação das máquinas de jogos no local. Manifesta o declarante que desconhece da qualificação, endereço ou onde possa ser localizado o proprietário das máquinas. Ao que sabe, as máquinas caça-níqueis ficaram instaladas no local somente dois ou três dias, e depois foram apreendidas pela policia. Não sabe informar o que o gerente Ricardo ajustou com o dono das máquinas de jogos para permitir a instalação das máquinas no seu comércio”.

Em 2010, o advogado de Moura solicitou ao juiz da 2ª Vara Criminal de Santo Amaro que, como até aquela data não fora juntado laudo pericial das máquinas, a Justiça decretasse a prescrição antecipada e o arquivamento do processo.

Por causa da demora para ser analisada pela Justiça, a ação acabou prescrevendo e foi extinta pelo juiz.

Por Fausto Macedo em O Estadão

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