Joana Havelange, de 37 anos, é filha de Ricardo Teixeira, que comandou a candidatura do país a sede da Copa do Mundo, neta de João Havelange, que presidiu a Fifa durante 24 anos, e ocupa o segundo principal cargo executivo do Comitê Organizador Local (COL) do torneio. Como diretora-executiva da entidade, teria uma remuneração mensal superior a 100.000 reais. Nesta terça-feira, ela usou sua conta no Instagram para criticar as manifestações que tentam pegar carona na Copa – e, ao tratar do assunto, parece admitir abertamente que houve desvio e desperdício de dinheiro nas obras ligadas à realização do evento. "Não vou torcer contra, até porque o que tinha que ser gasto, roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes", escreveu ela, um dia depois de ver a saída do ônibus da seleção do Rio de Janeiro, a caminho da concentração em Teresópolis, ser cercado por professores em greve.
"Não apoio, não compartilho e não vestirei preto em dia nenhum de jogo do Mundial. Quero que a Copa aconteça da melhor forma", disse a diretora do COL. "Eu quero mais é que quem chegue de fora veja um Brasil que sabe receber, que sabe ser gentil. Quero que quem chegue queira voltar. Quero ver um Brasil lindo." A filha de Ricardo Teixeira afirmou também que seu protesto contra a Copa será feito nas eleições de outubro. "Destruir o que temos hoje não mudará o que será feito amanhã", ensinou ela. Joana Havelange perdeu poder e ficou com sua função quase esvaziada desde a renúncia do pai, que deixou o comando da CBF (e, por consequência, do COL), em 2012. Nesta segunda, o presidente-eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, atual vice-presidente da entidade, usou o Twitter para reclamar dos manifestantes: "O professor reclama de seu salário. Acho que o educador deve ter o mesmo salário de uma autoridade pública. Mas o que a Copa tem a ver?"
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