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| Paraná Pesquisas em PE: Lula 54,3% X Bolsonaro 26% Imagem: O Antagonista |
Numa eleição presidencial polarizada, debates com a participação dos representantes dos polos são gêneros de primeira necessidade. Entretanto, Bolsonaro e Lula ameaçam sonegar ao eleitorado a oportunidade de assistir à fricção de conceitos e projetos. Os dois ensaiam uma fuga.
Em entrevista ao apresentador Carlos Massa, o Ratinho, Bolsonaro sinalizou que cogita dar as caras em debates apenas no segundo round da disputa. "No segundo turno eu vou participar", disse ele. Quanto ao primeiro turno, Bolsonaro afirmou que precisa pensar. Por quê? "Se eu for, os dez candidatos vão querer dar pancada em mim. E não vou ter tempo de responder."
Ouvido sobre a manifestação de Bolsonaro, um operador político da campanha de Lula declarou à coluna que o presidenciável do PT tampouco cogita comparecer a debates se o presidente da República não estiver presente. Alega que não faria sentido que Lula, líder em todas as pesquisas, servisse de "escada" para adversários que ostentam percentuais abaixo dos dois dígitos nas pesquisas.
Na entrevista para Ratinho, Bolsonaro chegou a insinuar que gostaria de firmar acordos prévios. "Acho que debate teria que ser com perguntas pré-acertadas antes com os encarregados de fazer o debate, até pra não baixar o nível." É como se o presidente desejasse substituir o debate pelo deboche de um jogo de cartas marcadas.
As eleições gerais de 2022 consumirão R$ 5 bilhões em verbas públicas. Entre todas as disputas, a que mais costuma interessar ao eleitorado é a presidencial. Confirmando-se o esvaziamento dos debates, a disputa ganhará instantaneamente uma aparência de estelionato.
Por Josias de Souza
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