terça-feira, 22 de outubro de 2013

O sucesso do fracasso


Sílvio Santos já foi descrito como o maior químico do mundo, se não me engano por Juca Chaves, por conseguir transformar o domingo em merda. Este governo poderia se auto-diplomar com o mesmo título, já que conseguiu transformar merda em ouro. O fracasso desse leilão, virou sucesso para o governo.

Fico imaginando um leilão, como aqueles de obras de arte realizado em grandes casas de leilão, e o leiloeiro com o martelo anunciando a venda. Dou-lhe uma, dou-lhe duas … e aí um só comprador se dispõe a comprar, e paga o preço mínimo exigido, e ainda obriga, para participar, que o dono da obra de arte (bem endividado) aumente sua sociedade na compra em mais 10% – como obrigaram a Petrobras -. Esse é o sucesso do leilão petista.


Miriam LeitaoO leilão não foi um sucesso, porque foi uma concorrência sem concorrentes, mas o governo diz que sim e é natural que comemore. Depois de cinco anos, conseguiu fazer a primeira licitação do pré-sal. Dentro das circunstâncias, o consórcio que se formou foi o melhor possível.

A Petrobras terá sócias experientes em exploração em águas profundas. Total e Shell são grandes empresas internacionais com uma carteira diferenciada de investimentos em campos no mar. As duas chinesas não têm a mesma história, mas fizeram, juntas, uma aposta de 20% do negócio.

A grande surpresa e que melhorou a qualidade do negócio foi, realmente, a entrada da francesa e da anglo-holandesa.

De todas elas, a Petrobras tem, de fato, maior controle da tecnologia de exploração de petróleo offshore, portanto, ela ser a líder do consórcio é a maior garantia de sucesso na produção.

A brasileira terá que entrar com R$ 6 bi dos R$ 15 bi do bônus de assinatura num momento em que está com dificuldades de caixa. Mas não é difícil para uma empresa do porte da Petrobras conseguir esses recursos. O “problema” é que tem muitos investimentos pela frente e é preciso estar mais forte financeiramente.

O governo, agora, deve conceder o pedido que a Petrobras tem feito de correção do preço da gasolina, o que melhoraria a geração de caixa da empresa no curto prazo.

O problema que o governo tem pela frente, agora, é rever ou aperfeiçoar o modelo de partilha, que não se saiu bem no teste.

Na última rodada, de concessão, pelas velhas regras, apareceram 60 empresas; desta vez, só 11 e duas não depositaram garantia. O governo esperava que 40 empresas fossem disputar esse leilão. Ficou evidente que muita coisa não funciona no modelo de partilha.

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