Numa entrevista à revista Veja, Jair Bolsonaro contou como foi o processo de escolha do colombiano naturalizado Ricardo Vélez para o posto de ministro da Educação. Disse o presidente: "Foi uma indicação do Olavo de Carvalho? Foi, não vou negar. Ele teve interesse, é boa pessoa. Depois liguei para ele: 'Olavo, você conhecia o Vélez de onde?'. 'Ah, de publicações.' 'Pô, Olavo, você namorou pela internet?'."
Foi assim, na galega, como se diz, que o capitão selecionou o primeiro titular da estratégica pasta da Educação. E não foi por falta de opção que Bolsonaro premiou a incompetência. Havia na praça uma fabulosa opção. O presidente cogitou a sério a hipótese de nomear Mozart Ramos, um educador de mostruário. Mas Mozart estava preocupado com a Educação, não com ideologia. Por isso, foi descartado.
Veléz caiu da poltrona com menos de três meses de governo. "Tive de dar uma radicalizada", declarou Bolsonaro. "Em conversas aqui com os meus ministros, chegamos à conclusão de que era preciso trocar, não se pode ter pena, e trocamos." Trocou, como se sabe, por Abraham Weintraub. Vem a ser outro adepto de Olavo de Carvalho, o bruxo que enfeitiça Bolsonaro desde a Virgínia, nos Estados Unidos.
Sob Vélez, dividido entre uma ala militar e uma banda de olavetes, o MEC brigava consigo mesmo. Sob Weintraub, a pasta da Educação dedica-se a guerrear contra estudantes e professores. Para usar uma terminologia que o próprio capitão transformou num lema dos novos tempos, Jair Bolsonaro administra o prioritário setor da Educação como um "idiota útil" a serviço do polemista Olavo de Carvalho.
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