sexta-feira, 14 de junho de 2019

Maia reage a chilique de Guedes. E ainda: militares, liberais e covardes



O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu com dureza à crítica destrambelhada feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao texto da reforma da Previdência apresentado por Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da matéria. 

"Quero saber por que o ministro Guedes assinou uma regra de transição mais flexível no projeto de reforma para os militares." 

A lembrança é oportuna. Esse governo cometeu a sandice de misturar reestruturação de carreira de militares com Previdência, o que, por óbvio, ajudou a armar a reação dos servidores civis. 

Há mais: se o texto saiu, que se note, foi apesar do governo, não por causa dele. Este só atrapalhou. E, se querem saber, isso incluiu Paulo Guedes, com seu jeito entre olímpico e mercurial de ser. 

Dado o arcabouço político que aí está, já é quase um milagre a reforma ter chegado até aqui. Esforço dos parlamentares, em especial de Maia. 

Se o texto passar, assim será apenas porque a esquerda vive um momento inédito de desprestígio — ainda que esteja em fase de recuperação. 

Por que digo isso? É evidente que Bolsonaro militarizou o governo (dois generais da ativa na cúpula), Apresentou um plano de aposentadoria e de reestruturação de carreira que fará dos fardados a verdadeira elite do funcionalismo. Atua, como faz Guedes, para hostilizar os servidores civis, mas cobra que sejam os parlamentares a pagar o preço do confronto. 

Quem realmente vai pagar o pato maior serão os trabalhadores da iniciativa privada. 

São, de fato, mais fracos politicamente do que os servidores civis. 

Mas bem mesmo se darão os militares, certo? E, sobre isso, Guedes nada tem a dizer. Só a endossar. 

Aliás, alguém tem notícia de algum liberal a propor uma economia maior nos gastos com os militares? 

Nossos liberais costumam ser muito valentes com quem não dispõe de armas para se defender. Não podem ver um pobre e logo pensam em planilha de custos. 

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