segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Se saísse, Dilma seria substituída por ‘outro político medíocre’, diz Financial Times


A presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia de lançamento do Pronatec Jovem Aprendiz, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)

O conceituado jornal britânico Financial Times classifica como "precária" a situação da presidente Dilma Rousseff em editorial acerca das crises política e econômica que afetam o Brasil. Mas questiona se o impeachment da petista seria a solução para a atual situação do país. Segundo a publicação, se Dilma fosse apeada do poder, as possibilidades são de que "outro político medíocre a substituísse" para tentar implementar a mesma estabilização econômica que ela tenta promover.

Intitulado O descontentamento crescente no Brasil com Dilma Rousseff, o texto lista as razões pelas quais os brasileiros têm saído às ruas para protestar contra o governo. Ao tratar do escândalo do petrolão, "investigado com vigor admirável" pelos promotores da força-tarefa da Lava Jato, segundo o jornal, o editorial afirma que a operação da Polícia Federal "revelou quão venais se tornaram os políticos do Brasil, especialmente do Partido dos Trabalhadores". E prossegue: "Como Dilma Rousseff presidia a Petrobras quando grande parte da corrupção ocorreu, ela poderia ser responsabilizada, pelo menos por flagrante incompetência".

O jornal classifica ainda como "lamentável" o desempenho econômico do país e lista problemas como recessão, desvalorização da moeda, inflação e desemprego. "Não admira que houve protestos em massa em todo o Brasil neste domingo - ou que 66% dos brasileiros queiram o impeachment de Dilma". O texto ainda alerta para o risco de rebaixamento da nota de crédito do país, o que pode agravar ainda mais a situação econômica. O texto afirma que o PSDB "espera chegar às eleições de 2018 com o PT completamente desacreditado e com um mandato claro para implementar o tipo de reformas liberais radicais que o Brasil praticou pela última vez na década de 1990". Mas avisa: há três longos anos pela frente. E é hora de agir.

O jornal afirma que "Dilma não tem sido acusada de corrupção", embora enfrente acusações de que tenha quebrado regras de financiamento de campanhas e manipulado as contas públicas em seu primeiro mandato. "Mesmo que Dilma seja removida, ela provavelmente seria substituída por outro político medíocre - que, em seguida, tentaria implementar a mesma estabilização econômica que ela está tentando".

Veja.com

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