Trabalhadores da fábrica da GM, em São José dos Campos (SP), decidiram entrar em greve nesta segunda-feira(Lucas Lacaz/Estadão Conteúdo) |
Mais de 5.000 funcionários da fábrica da General Motors (GM), em São José dos Campos, no interior de São Paulo, entraram em greve na manhã desta segunda-feira, segundo o sindicato dos metalúrgicos da região. A paralisação de 100% das atividades no complexo industrial ocorre em protesto pela demissão de ao menos 200 trabalhadores. Eles foram informados do desligamento por telegrama neste fim de semana e convocados pelo sindicato para comparecer a uma assembleia no domingo. O sindicato se queixa de que não foi notificado sobre as dispensas.
Outra assembleia foi realizada na chegada dos trabalhadores do primeiro turno nesta manhã, na qual se decidiu sobre a greve geral. O objetivo é pressionar a GM para reverter as demissões. Nesta segunda-feira, também está previsto o retorno de cerca de 750 funcionários, que estavam em lay off (suspensão temporária de contratos) desde março. No total, a unidade tem 5.200 trabalhadores.
"Estamos perplexos com essa notícia na véspera do Dia dos Pais. É a segunda vez que a GM faz isso, já fez ano passado, nas festas de fim de ano, e agora novamente", disse Antônio Ferreira de Barros, presidente do sindicato, no último sábado.
Em nota, a GM informou que "esgotou todas as alternativas para evitar demissões" no complexo industrial, "incluindo férias coletivas, lay off, banco de horas e programas de desligamento voluntário." Diz ainda que essas medidas não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda no mercado brasileiro, "que registra queda em torno de 30%" desde janeiro de 2014.
"Os desligamentos realizados têm como objetivo adequar o quadro da empresa à atual realidade do mercado, visando resgatar a competitividade e viabilidade do negócio", diz a nota. Recentemente, a GM também demitiu cerca de 500 pessoas em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
Para quem retornou ao trabalho nesta segunda, apesar de não ter conseguido entrar, comemorou o fato de pelo menos ainda ter o emprego. "Fico feliz por retornar, mas estou vivendo uma expectativa horrível, pois nunca sei até quando estarei empregado. Isso não é vida", contou um montador.
Ainda que muitos metalúrgicos afirmem ser contra as demissões, alguns entendem que o momento não seria pela paralisação da produção. "Trabalho aqui há dezoito anos, infelizmente essa situação não é culpa da GM, basta ver como está o país", comentou um engenheiro industrial, que também pediu para não ter seu nome divulgado.
Veja.com
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