Sob um cenário de crise econômica e política, a presidente Dilma Rousseff enfrenta neste fim de semana mais uma rodada de protestos contra o seu governo. Organizadas por movimentos civis e incentivadas por partidos da oposição, como o PSDB, estão previstas manifestações no domingo, 16, em pelo menos cem cidades, incluindo algumas organizadas por brasileiros em outros países.
De acordo com o Movimento Brasil Livre, um dos fiadores do ato, foram convocadas manifestações em 114 cidades, sendo 21 capitais. Há previsão de protestos em 13 localidades fora do Brasil, como Berlim, Dublin, Washington e Nova York.
Sem previsão oficial de agenda para o final de semana, a presidente estará em Brasília e deve acompanhar os atos de sua residência oficial, o Palácio da Alvorada. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estará em Brasília logo cedo, no domingo, e acompanhará todos os movimentos dos manifestantes a partir do Palácio da Justiça, na Esplanada dos Ministérios. Cardozo fará o monitoramento da sala do Centro de Comando e Controle, que tem comunicação integrada com as polícias estaduais, além de acompanhamento em tempo real das manifestações e acesso a câmeras de segurança. No fim do dia, ele deve se reunir com a presidente no Alvorada.
Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, também estarão na Capital federal, mas sem compromissos oficiais. Ainda não há previsão de coletiva de imprensa do governo ao fim dos atos. Outros personagens considerados importantes na articulação política não foram escalados por Dilma para permanecer em Brasília. O vice-presidente Michel Temer estará em São Paulo com a família. Eliseu Padilha, da Secretaria de Aviação Civil, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, estarão em Porto Alegre.
À frente da organização dos protestos, além do MBL, estão os grupos "Revoltados Online" e "Vem Pra Rua". Um evento convocado na internet, por meio do Facebook, chamado de "Mega Manifestação - Não vamos pagar a conta do PT", conta com 50 mil pessoas confirmadas. Conforme os organizadores, o objetivo dos protestos é "exigir o fim do governo petista e repudiar seu ajuste fiscal, que passa a conta do governo para o cidadão brasileiro".
Apesar de teor não partidário dos protestos, o PSDB, pela primeira vez, se posicionou oficialmente a favor dos atos e convocou militantes para irem às ruas. Em inserções de TV veiculadas ao longo da semana, o partido informava sobre os protestos e difundia a mensagem: "O PSDB apoia as manifestações de 16 de agosto". Em protestos anteriores, apesar da presença de algumas lideranças, o partido manteve certa distância dos atos.
Brasília. Na Capital federal, a Polícia Militar organiza esquema especial para acompanhar os atos do próximo domingo. Praticamente todo o efetivo de policiais brasilienses será mobilizado no domingo. A partir de 6h30 será fechado o acesso de veículos às vias que passam pela Esplanada dos Ministérios. Não há previsão de horário para reabertura. O ato em Brasília está previsto para começar às 9h30. (AE)
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