O Mercado foi motivo pela expectativa de uma nova pesquisa eleitoral – hoje – revelando queda nas intenções de voto na presidente Dilma Rousseff e avanço de seus adversários.
DA FOLHA
A expectativa de uma nova pesquisa eleitoral revelando queda nas intenções de voto na presidente Dilma Rousseff e avanço de seus adversários conduziu a Bolsa brasileira, ontem, à maior alta diária em um mês.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 2,62%, aos 52.980 pontos, no maior nível desde 19 de novembro de 2013.
O índice foi impulsionado principalmente pela forte alta de mais de 5% das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais da companhia, os mais negociados, subiram 5,19%, aos R$ 17,43. Os ordinários, com direito a voto, avançaram 3,65%, a R$ 16,20.
De acordo com analistas ouvidos pela reportagem, a expectativa em relação à divulgação da pesquisa ISTOÉ/Sensus, prevista para hoje, norteou os negócios na Bolsa hoje.
“Não se vislumbra, no curto prazo, um sinal de reversão da piora da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais. Então a perspectiva que essa nova pesquisa traz é de deterioração das intenções de voto na presidente ou de manutenção”, avalia Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global.
“Isso aumenta a chance de troca de governo, com a consequente mudança da equipe econômica, o que favorece os papéis de estatais”, completa.
A avaliação é corroborada por Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. “As estatais refletem as pesquisas que têm saído. A expectativa é que essa pesquisa mostre uma elevação das intenções do Aécio [Neves, pré-candidato do PSDB]. Sempre que a Dilma perde pontos o mercado responde bem, com alta das estatais”, diz.
“Ainda está longe de outubro, mas mesmo uma eventual mudança do candidato do partido sugere uma mudança na equipe econômica, que não foi bem no mandato da Dilma”, afirma.
Os papéis da petrolífera também foram impulsionados pelos dados positivos de produção, divulgados hoje.
A empresa divulgou que sua produção no Brasil e exterior somou 2,55 milhões de barris/dia de óleo equivalente em março, alta de 0,63% ante o mês anterior e de 2,6 por cento na comparação com o volume extraído um ano antes.
A entrada de novos poços no pré-sal, cuja extração teve novo recorde, mais do que compensou paradas para manutenção registradas em unidades no Brasil, indicou a estatal, que reafirmou a previsão de elevar a produção em 7,5% em 2014 ante 2013.
A produção da Petrobras no Brasil em março somou 2,331 milhões de barris/dia de óleo equivalente (óleo e gás), 0,2% acima do volume de fevereiro.
No cenário externo, os EUA registraram o menor índice de desemprego desde setembro de 2008. O número caiu de 6,7%, em março, para 6,3%.
Em abril o país gerou 288 mil novas vagas de trabalho, a maior expansão desde janeiro de 2012.
Ibovespa
A BM&FBovespa divulgou a terceira e última prévia da carteira do Ibovespa, o principal índice acionário do mercado brasileiro, e confirmou que Itaú Unibanco e Bradesco terão mais peso que Petrobras entre maio e agosto deste ano.
As ações preferenciais do Itaú terão peso de 10,059% no índice, contra 6,544% na carteira anterior. No caso do Bradesco, os papéis preferenciais do banco somarão 7,592% do Ibovespa, ante 5,325%.
Já os papéis preferenciais da Petrobras passarão a representar 7,536% do índice. Hoje, somam 8,119%. Por fim, a participação das ações preferenciais da mineradora Vale cairá de 7,995% para 5,594%.
Outra mudança na carteira, que entra em vigor na segunda-feira, é a entrada da mineradora MMX, do empresário Eike Batista. As ações da empresa terão peso de 0,019% no Ibovespa.
Dólar
O dólar fechou hoje em baixa ante o real, em grande parte devido à avaliação dos investidores de que os dados de emprego nos EUA dão respaldo à política do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de retirar gradualmente as medidas de estímulo econômico.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,69%, a R$ 2,218, enquanto o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve desvalorização de 0,49%, a R$ 2,219.
O Banco Central deu sequência às suas intervenções diárias no mercado cambial e vendeu a oferta total de 4.000 contratos de swap cambial -equivalente à venda futura de dólar-, no total de US$ 198,4 milhões.
Foram vendidos 200 contratos para 1º de dezembro deste ano e 3.800 para 2 de março de 2015.
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