Segundo a Receita, 31 mandados de prisão deverão ser cumpridos no país.
Uma
ilha na Bahia foi confiscada e bens de luxo foram bloqueados.
A Polícia Federal (PF) informou nesta quarta-feira (17) que prendeu 18
pessoas na Operação Alquimia, realizada em 17 estados e no Distrito Federal para
desmontar uma suposta organização criminosa que comandava esquema bilionário de
fraudes ao Fisco e desvio de tributos.
A estimativa da PF é de que R$ 1 bilhão tenha sido desviado dos cofres
públicos.
De acordo com a PF, 300 empresas nacionais e estrangeiras
participariam do suposto grupo criminoso. As investigações foram realizadas nos
últimos dois anos e apontam indícios de sonegação fiscal, fraude à execução
fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Foram expedidos 31 mandados de prisão e 63 conduções coercitivas no país, (quando a pessoa é levada para prestar esclarecimentos na delegacia), além de 129 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e nas empresas supostamente ligadas à organização criminosa.
A PF classifica a operação como uma das maiores do gênero nos últimos anos no país.
A ação é realizada em Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe.
Segundo a PF, a operação prevê o sequestro de bens de 62 pessoas físicas e 195 pessoas jurídicas. Participam da operação cerca de 90 auditores fiscais da Receita e aproximadamente de 600 policiais federais.
As investigações
O esquema seria utilizado para forjar operações comerciais e financeiras com intuito de não recolher os tributos devidos ao Fisco. Para isso, os órgãos investigam a utilização de empresas interpostas (laranjas), empresas sediadas em paraísos fiscais, factorings (atividade de fomento mercantil) e até fundos de investimento utilizados na suposta fraude.
De acordo com a PF, a organização criminosa investigada é composta por quase 300 empresas nacionais e estrangeiras, sendo que as últimas têm sua maioria sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, perto da Costa Rica, na região do Caribe. Das empresas diretamente envolvidas nos fatos apurados, identificou-se que pelo menos 50 são “laranjas”.
Ilha na Bahia e bens de luxo
O superintendente Regional
da PF-MG, Fernando Duran, divulgou o balanço parcial em entrevista em Belo
Horizonte no fim da manhã. Além das prisões, de acordo com Duran, foi confiscada
uma ilha da Bahia e realizado o bloqueio de bens de luxo, como carros, aeronaves
e embarcações.
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