O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) deu voz de prisão a um falso pastor dentro do gabinete do deputado Paulo Freire (PR-SP) na noite da última terça-feira. Walter da Silva Filho ofereceu aos dois deputados participação em um esquema de recebimento de dinheiro em troca do convencimento de lideranças evangélicas a se filiarem a um fictício Conselho Federal de Teólogos e foi preso em flagrante por corrupção ativa e uso de documentos falsos. “Se ele veio fazer uma proposta dessa dentro do Congresso Nacional é porque nossa imagem lá fora está muito ruim”, disse Francischini, lembrando que é a primeira vez que um deputado dá voz de prisão dentro do Congresso – fora de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Francischini foi procurado em julho pelo deputado Paulo Freire, filho do pastor José Wellington (presidente da Assembleia de Deus em todo o Brasil), para avaliar a conduta de Walter. O deputado tucano encaminhou a documentação apresentada pelo falso pastor para a Polícia Federal, onde uma análise simples apontou indícios de fraude – Walter apresentava documentos supostamente expedidos pela Advocacia Geral da União (AGU) e pelo Ministério Público da União (MPU). “Numa simples batida de olho dava para saber que eram falsos”, conta Francischini.
Depois da certeza de que o representante do tal Conselho Federal de Teólogos se tratava de um farsante, os deputados marcaram um encontro no gabinete de Paulo Freire, onde o falso pastor voltou a oferecer aos parlamentares 25% de tudo o que viesse a ser arrecadado pelo esquema, tudo monitorado por sistemas de áudio e vídeo. Foi quando o deputado deu a voz de prisão ao falso pastor, que foi encaminhado para a detenção pela Polícia Civil.
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