Os filhos de Muamar Kadafi não devem ser os únicos a lamentar a iminente queda do ditador líbio. Entre as várias empresas que aproveitavam o dinheiro proveniente dos vastos campos de petróleo líbios estavam três empreiteiras brasileiras que interromperam as obras no país em fevereiro deste ano, início dos conflitos entre os insurgentes e o governo de Kadafi. Odebrecht, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez foram forçadas a interromper projetos milionários no país árabe e, consequentemente, ficaram no prejuízo. Já que assumiram o risco, é justo que paguem a conta. Mas a empreitada brasileira na Líbia tem envolvimento governamental e o país tem seu histórico de auxílio a empreiteiras em apuros.
A aproximação entre as empreiteiras brasileiras e o país árabe foi intermediada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comandou, em dezembro de 2003, uma comitiva a cinco países árabes composta por cerca de 40 empresários que representavam algo em torno de 100 companhias locais. À época, a Líbia, que foi incluída na visita presidencial por pedido pessoal de Lula, destacava-se como o país mais interessado em estabelecer um relacionamento comercial com o Brasil. Começava ali uma relação entre o presidente brasileiro e o ditador Muamar Kadafi, que seria chamado por Lula, seis anos depois, de amigo, irmão e líder durante uma cúpula da União Africana, em Sirte, Líbia.
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