Ficou entendido que Lula não consegue encaixar as palavras Maduro e podre numa mesma frase. Já se sabia que considera a democracia um conceito relativo. Descobriu-se em nova entrevista que, para Lula, também uma ditadura pode não ser absoluta.
Lula declarou que "a Venezuela vive um regime muito desagradável." Tem viés autoritário". Mas "não é uma ditadura". Aplicando-se os mesmos conceitos à conjuntura brasileira, Bolsonaro seria ligeiramente antidemocrático.
O golpe falhado, que previa a anulação da vitória de Lula, seria aceitável. Lula e o petismo aceitariam graciosamente o VAR de uma segunda eleição.
Não é que a declaração de Lula desrespeita o eleitor que votou nele acorrentado ao fator democrático. O problema é que Lula desrespeita a si mesmo.
Maduro e a líder oposicionista Maria Corina rejeitaram a ideia de segunda eleição. Corina pediu "respeito" à vontade majoritária do eleitorado venezuelano, fraudada por Maduro.
Num instante em que metade dos brasileiros ainda respiram aliviados por ter conseguido livrar o Brasil de um candidato a déspota, Lula deveria parar de disputar a liderança da oposição com Bolsonaro. Do contrário, consolidará a crise da Venezuela num processo de erosão da sua própria popularidade.
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