sexta-feira, 20 de abril de 2018

Embraer e Boeing - Grupo de trabalho do governo deu sinal verde para negócio



O grupo de trabalho montado pelo governo para avaliar os termos da proposta da Boeing à Embraer deu sinal verde para a venda da brasileira à gigante americana. O anúncio oficial do negócio está "muito próximo", disse uma fonte a par das negociações, e deve ser feito em conjunto pelas empresas e governo federal.

Nesta quinta-feira, o grupo, formado por membros dos ministérios da Fazenda, Defesa, da FAB e do BNDES, se encontrou em Brasília para realizar o que provavelmente foi a última reunião do grupo. — As arestas estão aparadas — afirmou.

A divisão dos negócios deve ser de 80% à americana e 20% para a Embraer, modelo mais palatável ao governo. E está acertado que as áreas da aviação executiva e a defesa da Embraer ficarão fora da venda.

A Boeing comprará, portanto, a fatia de aviação comercial da brasileira — que fabrica aviões de até 150 lugares (os E-Jets).

— A primeira proposta era de fato inviável. Não seguiria adiante.

O termo alcançado nesta reunião é bom para todos os lados — contou outra fonte. Manter a aviação executiva e a defesa juntas, em uma única empresa, foi a forma encontrada para garantir receita e sustentabilidade à defesa.

— Sozinha, a defesa poderia morrer em 10 anos — avaliou Adalberto Febeliano, especialista em economia do transporte aéreo.

A FAB desde o início foi quem mais colocou empecilhos para o fechamento do negócio justamente por não aceitar a venda da Embraer Defesa. À Boeing o principal atrativo da companhia brasileira era exatamente os E-Jets, construídos pela divisão de aviação comercial, para concorrer com os modelos C-Series da Airbus e Bombardier.

— A Boeing não tem interesse estratégico em jatos executivos de propósito específico. A Boeing, assim como a Embraer, está feliz em vender derivativos de aeronaves comerciais para o mercado VIP, mas nem a escala nem a tecnologia do negócio de jatos executivos detêm qualquer atração — explicou Stephen Trimble, da consultoria Flightglobal, com sede no Reino Unido.

Procurada, a Embraer não quis comentar o assunto. Até a publicação deste texto a Boeing não havia respondido à reportagem.

Por DefesaNet

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