quinta-feira, 25 de maio de 2017

Jovens informados e felizes são menos propensos a beber e fumar



Jovem com cigarro: consumo que depende de consciência dos danos e felicidade geral com a vida, diz pesquisa
Foto: Fernando Quevedo / Fernando Quevedo
Jovem com cigarro: consumo que depende de consciência dos danos e
felicidade geral com a vida, diz pesquisa - Fernando Quevedo

Promover o bem-estar dos jovens e torná-los conscientes dos danos do tabagismo e de beber poderia mantê-los longe de álcool e cigarros, diz estudo publicado nesta quarta-feira no periódico científico de acesso aberto “BMC Public Health”. Segundo os pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, os jovens que se diziam mais felizes e mais conscientes dos prejuízos causados pelo álcool e pelos cigarros eram mais propensos a nunca beber ou fumar do que aqueles menos conscientes dos possíveis danos ou que relatavam serem menos felizes.

De acordo com a pesquisa, cerca de 70% dos participantes do estudo se rotularam como não usuários persistentes de álcool e cigarros, enquanto cerca de 13% se classificaram como usuários persistentes das drogas. Aqueles que se definiram como não usuários persistentes obtiveram maior pontuação em testes de consciência de danos e felicidade em comparação com os outros grupos.

- Ficamos surpresos ao descobrir que, enquanto o conhecimento sobre os danos do álcool e tabagismo estava associado para a maioria dos jovens em nunca beber ou fumar, para alguns adolescentes a consciência dos danos pareceu associá-los a começarem a beber e fumar – conta Noriko Cable, um dos autores do estudo no Instituto de Epidemiologia da UCL. - É possível que as expectativas positivas de beber álcool ou fumar cigarros possa ter superado a consciência de alguns destes jovens dos danos provocados por usar essas substâncias. Ter o apoio de não protegeu estes adolescentes de usar álcool ou cigarros.

Para analisar se a felicidade, a conscientização sobre os danos relacionados ao álcool ou ao fumo ou o tamanho das redes de amizade estavam associadas ao comportamento de beber e fumar dos jovens ao longo do tempo, os autores utilizaram dados de 1.729 adolescentes (849 meninos e 869 meninas) com idades entre dez e 15 anos que submeteram seus dados em dois pontos de tempo no “UK Longitudinal Household Study”. Este estudo tem recolhidos dados representativos de 40 mil famílias no Reino Unido a cada ano desde 2009.

Combinando respostas de jovens nestes dois pontos de tempo, os pesquisadores criaram quatro categorias para uso de álcool e cigarros: não uso persistente (não usar álcool ou cigarros em ambos os pontos de tempo); ex-uso (ter usado álcool ou cigarros no primeiro ponto, mas não no acompanhamento um ano depois); iniciação (não utilização no primeiro momento, mas uso de álcool ou cigarros no prosseguimento); e uso persistente (uso de álcool ou cigarros em ambos os pontos de tempo).

Aproximadamente 8% do grupo do estudo rotulou-se como ex-usuários, e cerca de 13% tinham começado a usar álcool ou cigarros entre o primeiro ponto de tempo e o acompanhamento um ano depois (iniciação). Os jovens com idade entre dez e 12 anos apresentaram maior probabilidade de estarem no grupo de não uso persistente, enquanto os participantes com idade igual ou superior a 13 anos apresentaram maior probabilidade de estarem no grupo de usuários persistentes e de iniciação.

A felicidade foi avaliada usando seis áreas da vida dos jovens: desempenho escolar, aparência, família, amigos, escola e vida em geral. Os participantes foram convidados a classificar essas áreas de suas vidas em uma escala de um (muito feliz) a sete (infeliz). Os jovens também foram questionados sobre o quão prejudicial eles pensavam que os vários tipos de uso de álcool e cigarros, por exemplo, o fumo ocasional, o tabagismo diário ou o consumo intenso de bebidas no fim de semana, em uma escala de um (sem risco) a quatro (grande risco).

Segundo os pesquisadores, este estudo observacional pode aumentar nossa compreensão do comportamento de beber e fumar dos jovens, mas não pode mostrar causa e efeito porque outros fatores podem desempenhar um papel nisso.

- Como as informações utilizadas neste estudo são autorrelatadas, os resultados devem ser interpretados com cautela, mas eles sugerem que tornar os adolescentes mais conscientes dos danos relacionados ao álcool e tabagismo pode ser útil para prevenir que se envolvam em comportamentos de risco para a saúde – conclui Cable.


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