sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Fica, Celso de Mello!




Indicado pelo então presidente José Sarney, o ministro Celso de Mello assumiu a vaga no Supremo Tribunal Federal em 17 de agosto de 1989. Aos 66 anos, o decano do STF poderia vestir a toga por mais quatro. Mas, afetado por problemas de saúde, anda pensando em antecipar a aposentadoria. “É uma ideia que eu agora acolho com naturalidade”, disse nesta semana.

O país discorda com respeitosa veemência. No julgamento do mensalão, esse paulista de Tatuí lavou a alma dos brasileiros decentes com votos que não se limitaram a reafirmar que ainda há juízes num país em decomposição moral. O desempenho do ministro mostrou que, enquanto existir um Celso de Mello no Supremo, os liberticidas que lutam pela captura do Estado Democrático de Direito não passarão.

No debate transmitido pelo site de VEJA nesta terça-feira, Marco Antonio Villa lastimou o afastamento prematuro do grande jurista. Imediatamente, Laura Diniz sugeriu, Reinaldo Azevedo lançou e endossei sem ressalvas a campanha resumida numa frase: “Fica, Celso de Mello!” Lula e o PT sonham com um Supremo inteiramente composto por gente como Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. É preciso impedir que se materialize o pesadelo.

A lista de candidatos ao lugar do ministro Ayres Britto, que se aposentará em novembro, é encabeçada pelo advogado geral da União, Luiz Inácio Adams, e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A saída do decano garantiria um empregão para os dois. Nesse caso, uma bancada majoritária de togas companheiras deixaria de ser apenas um brilho nos olhos fanatizados da seita lulopetista.

Mesmo com o alto comando do mensalão na cadeia, incontáveis quadrilheiros e milhares de comparsas continuam em ação. Temos de impor-lhes derrotas sucessivas. A mais urgente é a permanência no STF de um jurista que representa a face luminosa do Brasil.

Fica, Celso de Mello!

Por Augusto Nunes

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