terça-feira, 22 de maio de 2012

Ministério Público quer extinguir Mancha, Gaviões e mais 4 organizadas



Ministério Público quer extinguir Mancha, Gaviões e mais 4 organizadas

O Ministério Público de São Paulo quer extinguir seis torcidas organizadas de futebol, proibir o uso de roupas e acessórias dessas agremiações e proibir os sócios dessas torcidas de freqüentarem os estádios, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1 mil por cada torcedor identificado.

O promotor de justiça Roberto Senise Lisboa pediu à Justiça a extinção das torcidas Mancha Alviverde (Palmeiras), Gaviões da Fiel (Corinthians), Serponte e Jovem Amor Maior (Ponte Preta), e Guerreiros da Tribo e Fúria Independente (ambas do Guarani). Ele justificou o pedido alegando o envolvimento das agremiações em atos de violência.

Nas ações, o promotor pede a concessão de liminar para que as torcidas e seus integrantes sejam impedidos de comparecer a eventos esportivos, em todo o território nacional, até o julgamento final dos processos. Lisboa reclama ainda a dissolução das torcidas organizadas para "garantir a segurança e sossego públicos".


Segundo o promotor, as ações visam a que a Justiça decrete a proibição de associados, sócios e integrantes das torcidas organizadas de frequentar os campos de futebol, bem como o uso de roupas, faixas e quaisquer acessórios que identifiquem as agremiações, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por integrante identificado, além de sua retirada compulsória do local.

O promotor de justiça também busca a suspensão dos torcedores identificados dos estádios e eventos futebolísticos, pelo prazo de três anos, conforme determina o Estatuto de Defesa do Torcedor, além da dissolução da associação, com a consequente anulação do registro civil de pessoas jurídicas.

Roberto Senise Lisboa alega que as torcidas Gaviões da Fiel e Mancha Alviverde entraram em confronto no dia 25 de março, próximo ao Terminal de Ônibus Cachoeirinha, na zona Norte, culminando com a morte de dois membros da torcida do Palmeiras.

Lembra, ainda, que no dia 29 de agosto do ano passado, as duas torcidas organizadas já haviam se envolvido numa briga, resultando na morte de um torcedor da Gaviões da Fiel que, perseguido por integrantes da Mancha Alviverde, se atirou no rio Tietê. Seu corpo foi encontrado dias depois.

"Ademais, as ocorrências policiais envolvendo a Gaviões da Fiel e a Mancha Alviverde têm se tornado frequentes, eis que em boa parte dos jogos de futebol há tumultos ou atos de violência envolvendo seus integrantes", argumenta o promotor.

Atos de violência envolvendo torcidas organizadas dos times de futebol de Campinas também embasam as ações do Ministério Público. No último dia 16 de março, um torcedor da Fúria Independente foi agredido após confronto entre as torcidas na avenida que liga dos estádios de Guarani e Ponte Preta. Um ano antes, o irmão da vítima foi atingido por um tiro após confronto com a polícia no clássico entre as duas equipes, válido pela Série B do Campeonato Paulista.

"As torcidas envolvidas no confronto são a Serponte e Jovem Amor Maior e Guerreiros da Tribo e Fúria Independente", segundo a ação, na qual também é lembrado que "os confrontos físicos não se dão unicamente a torcedores de outras equipes: a violência é direcionada também aos policiais militares posto que, sempre que intervém para fazer cessar as agressões e tumultos em curso, são atacados violentamente e se tornam o alvo das novas agressões perpetradas pelos membros das torcidas organizadas".

Para o promotor, "houve um distanciamento da finalidade social e esportiva" das seis torcidas. Segundo as ações, "ao invés de promover o amor e interesse pelo esporte as torcidas organizadas passaram a praticar atos de violência contra o patrimônio e integrantes de outras torcidas organizadas, além de torcedores de outros times".

"A violência, ao invés do esporte, tornou-se o mote dessas torcidas organizadas, travestindo-se de associação com fins lícitos, para entidade promotora de atos ilícitos, configurando-se em verdadeira atuação de quadrilha ou bando", sustenta a Promotoria, baseada em relatórios policiais e boletins de ocorrência da PM que mostram ter se tornado frequente a ocorrência de atos de violência, tumultos, brigas e outros ilícitos penais envolvendo integrantes das torcidas organizadas.

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