O Estado de São Paulo

No dia 31 de outubro deste ano, em algum lugar da Índia, um parto marcará um
ponto crítico na história do planeta: com esse nascimento, o mundo passará a ter
7 bilhões de habitantes. A projeção foi feita pela ONU e, apesar de a data ser
apenas uma estimativa e o país apenas uma probabilidade, a realidade é que o ano
terminará com um novo marco em termos demográfico que promete aprofundar os
desafios sociais e ambientais.
A explosão da população mundial calculada pela ONU está sendo publicada nesta
semana pelo jornal Science, em um estudo que mostra que avanços médicos, vacinas
mais eficientes, proliferação do uso de antibióticos e um relativo avanço no
acesso à saúde permitiram uma elevação na expectativa de vida nos países em
desenvolvimento.
Mas, ao mesmo tempo que isso ocorre, a taxa de natalidade desses países ainda
é elevada. O resultado não é outro senão a explosão demográfica dessas
sociedades.
A escolha da Índia para representar o nascimento da pessoa que marcará os 7
bilhões de habitantes não ocorre por acaso. O país de fato faz avanços na área
médica. Mas, sem um controle populacional, passará a China em poucos anos em
termos de população. A ONU ainda está convencida de que, diante das taxas de
natalidade dos países em desenvolvimento, são eles os responsáveis por ter
promovido a elevação da população mundial em 1 bilhão de pessoas em apenas doze
anos. Em 1999, o mundo somava seus 6 bilhões de habitantes.
Para a ONU, a marca dos 7 bilhões de pessoas deve despertar um sentimento em governos e na sociedade de que o mundo terá de enfrentar importantes desafios nos próximos anos.
O primeiro deles é o ecológico: como reduzir emissões de CO2 e poluição com uma população cada vez maior e com uma renda melhor. Na avaliação de Achim Steiner, diretor do Programa Mundial da ONU para Meio Ambiente, não há outra solução senão a mudança de padrão de consumo e da base tecnológica. " Precisamos de uma transição para uma economia verde ", disse.
Outro desafio é o dos alimentos. Com a expansão demográfica e maior renda, a população mundial exigirá uma produção de alimentos 75% superior até 2050. Para a FAO, isso exigirá investimentos importantes e a constatação por parte de governos de que os preços de alimentos continuarão elevados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário