sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A política indecente do Lula / PMBD

Falta luz em Furnas (Editorial O Globo)

Um dos mais traiçoeiros terrenos minados pelos quais o governo Dilma Rousseff precisa transitar em busca de uma gestão eficiente é o do retalhamento da máquina estatal entre partidos aliados.

E até onde é perceptível, a fonte das mais lancinantes dores de cabeça palacianas, pelo menos até agora, está na disputa entre peemedebistas e petistas no setor elétrico.

O butim em questão é de fato atraente. Lá estão alguns dos maiores orçamentos de investimento da área pública. É uma área em que há sempre grandes obras em andamento e cobiçados contratos em negociação.

Se PT e PMDB nunca se entenderam de fato sobre a repartição de poder na atividade, pelo menos as refregas não produziam erupções de dossiês com cáusticas acusações.

É possível que um novo governo tenha animado petistas a reabrir a questão do controle do setor elétrico, em que têm grande peso peemedebistas do Maranhão e do Rio de Janeiro. Estes receberam o feudo de Furnas, transformado em campo de batalha entre os dois partidos.

Um dossiê gerado por petistas acusa a ação do PMDB dentro da estatal pela duplicação do custo de construção da Hidrelétrica de Simplício, na divisa do Rio de Janeiro com Minas — de R$ 1,1 bilhão para R$ 2,2 bilhões.

Representante do PMDB do Rio de Janeiro envolvido na guerra, o deputado Eduardo Cunha tem respondido em notas e mensagens de Twitter com ameaças, nem sempre veladas, a todos — petistas, políticos de outras legendas, à imprensa.

A mais nova salva de obuses contra o PMDB de Furnas alveja uma intrincada operação na qual a empresa teria desembolsado R$ 73 milhões a mais do que deveria na aquisição de um lote de ações de uma empresa de pessoas ligadas ao deputado fluminense.

Pelo visto, há de tudo neste cardápio de malfeitorias.

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