terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cota do PMDB inclui o filho de Jáder na Pesca



Dilma Rousseff fechou com o vice Michel Temer a cota do PMDB no ministério do segundo mandato. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que constava da lista, pediu para ser excluído. “Quero esclarecer essa questão absurda que envolve o meu nome”, disse, referindo-se à menção que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa fez a ele em depoimento cujo teor ainda não veio integralmente à luz. Uma das novidades foi a acomodação de Hélder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho, na pasta da Pesca. Vão abaixo os ministros do PMDB:

1. Minas e Energia: sai o atual titular, senador licenciado Edison Lobão. Entra o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, derrotado na disputa pelo governo do Amazonas. Lobão, a exemplo de Henrique Alves, também foi levado ao noticiário como frequentador da lista do delator Paulo Roberto.

2. Aviação Civil: deixa a pasta Wellington Moreira Franco, vinculado a Michel Temer. Vai à cadeira Eliseu Padilha, também ligadíssimo ao vice-presidente da República. Alega-se que Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo FHC, tem mais ascendência sobre a bancada federal do partido. Hoje, ele preside a Fundação Ulysses Guimarães, braço acadêmico do PMDB.

3. Agricultura: Alheia ao nariz torcido do PT e ao veto do MST, Dilma confirmará na pasta a senadora Kátia Abreu, do Tocantins.

4. Turismo: no plano original, a pasta iria para Henrique Alves. Com a saída dele do páreo, Dilma optou por manter no cargo o atual ministro, Vinicius Lage, um apadrinhado do presidente do Senado, Renan Calheiros.

5. Pesca: hoje na cota do PRB, a pasta da Pesca vai ao colo do filho do senador Jáder Barbalho, Hélder Barbalho. Trata-se de outro derrotado de 2014. Perdeu a disputa pelo governo do Pará.

6. Portos: deixa o cargo o ex-senador Cesar Borges (PR-BA), que havia sido deslocado da pasta dos Transportes sob elogios de Dilma, que soara como se jamais admitisse perdê-lo. Vai à poltrona o deputado federal Edinho Araújo (SP), muito ligado a Michel Temer.

Fechando a conta, o PMDB subiu de cinco para seis ministérios, como queria. A legenda perdeu a Previdência e ganhou duas secretarias com status de ministério: Pesca e Portos. Nada parecido com as ambicionadas pastas da Educação, Saúde, Cidades e Integração Nacional. A legião de insatisfeitos é grande.

Josias de Souza

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