sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Alckmin ajuda, e serristas rechaçam moção pró-Guerra

O Estado de S.Paulo

Um dia depois de tucanos terem defendido em documento a reeleição do atual presidente do PSDB, governador diz que apoiará José Serra

Aliados do ex-governador José Serra entraram em campo nesta quinta-feira, 27, para tentar neutralizar a moção provada por parlamentares tucanos que defendia a reeleição de Sérgio Guerra à presidência do PSDB. Numa ação articulada com serristas, o governador Geraldo Alckmin veio a público negar que apoiasse a manobra.

Logo pela manhã, Alckmin afirmou que apoiará Serra caso ele decida se candidatar à presidência do partido. "Nem sei se o Serra quer ser o presidente do partido, mas, se ele quiser, terá o meu integral apoio", afirmou. Segundo aliados, Serra gostaria de presidir o PSDB. O candidato derrotado ao Planalto, no entanto, não manifestou internamente o desejo de ocupar o cargo.

O documento defendendo a recondução de Guerra, assinado por 54 parlamentares tucanos na quarta-feira, foi visto por serristas como uma articulação dos aliados do ex-governador Aécio Neves. Militantes ligados a ele recolheram as assinaturas. Alckmin também foi acusado de ter apoiado a articulação.

Aécio, que pretende disputar a Presidência em 2014, é entusiasta da manutenção de Guerra na presidência, como forma de evitar que Serra ocupe o cargo, no qual poderia articular a sua própria candidatura para 2014.

"Sérgio Guerra tentou criar um fato consumado e se desqualificou como presidente do partido. O papel dele é buscar a unidade para a luta externa. E não usar uma reunião de bancada para divisão interna", afirmou o deputado Jutahy Júnior (BA), aliado de Serra. "O documento é inócuo. Quem vai decidir o novo presidente serão os convencionais."

"A lista foi uma forma infeliz de buscar a presidência do partido. Mas a convenção de maio é que decidirá sobre a presidência", disse o ex-governador Aberto Goldman. "Além da lista não ter sido debatida internamente, acredito no bom entendimento entre Serra e Alckmin", afirmou o deputado Vaz de Lima, o único paulista que não assinou a lista.

Alckmin e Serra conversaram anteontem. Cogitou-se a divulgação de uma nota negando envolvimento do governador no apoio a Guerra, redigida pelo jornalista Márcio Aith, que atuou na comunicação da campanha de Serra e hoje trabalha com Alckmin no Bandeirantes.

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