quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ações do Carrefour tombam após divulgação de rombo no Brasil

Folha Mercado

Matuiti Mayezo - 15.nov.2006/Folhapress
As ações do Carrefour desabavam 10% nesta quarta-feira, depois que o maior grupo de varejo da Europa cortou estimativa de lucro em 2010 pela segunda vez em seis semanas, aumentando preocupações sobre a credibilidade de suas estimativas e capacidade da administração em controlar riscos internos.

A segunda maior rede de varejo do mundo em vendas afirmou na terça-feira que está esperando um lucro operacional de 3 bilhões de euros (US$ 3,9 bilhões) para o ano em base pro-forma.

O número é 130 milhões de euros (US$ 169,84 milhões) mais baixo que a estimativa anterior.

O grupo francês atribuiu o ajuste a aumento de encargos no Brasil, onde a empresa está tentando melhorar vendas em hipermercados, e a condições mais duras de negócios na França e sul da Europa.

"Isso de novo piora a confiança do mercado sobre a ação, depois da comunicação ruim desde meados de outubro. O grupo perdeu sua credibilidade em termos de estimativas e em termos de controles internos", disseram analistas do Exane BNP Paribas em nota.

Às 8h26 (horário de Brasília), as ações do Carrefour exibiam perda de 8,35%, a 31,93 euros (US$ 41,71), depois de terem chegado a cair a até 31,32 euros (US$ 40,91) mais cedo. O papel era o de maior perda no índice da Bolsa de Paris.

Em meados de outubro, o Carrefour reduziu sua meta de lucro em 2010, citando encargos no Brasil de 180 milhões de euros (US$ 235,17 milhões). Mas uma auditoria final da situação no país revelou que os encargos seriam de 550 milhões de euros (US$ 718,57).

"Este último alerta de lucro reforça o ceticismo sobre as metas financeiras de longo prazo do Carrefour, especialmente uma vez que em um ambiente cada vez mais competitivo na França torna mais difícil para a empresa reter os benefícios de suas iniciativas de corte de custo", disse o analista Chris Hogbin, do Bernstein.

A administração do Carrefour insistiu na terça-feira que a situação no Brasil não ameaça as estimativas de longo prazo do grupo e que está confiante numa solução rápida dos problemas.

Mas analistas não mostram tanta certeza.

"Os encargos no Brasil criam dúvidas sobre a lucratividade, bem como sobre a administração das operações internacionais do Carrefour", disse Hogbin.

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