sexta-feira, 10 de maio de 2019

Carlos Bolsonaro deu cargo a faz-tudo da família que foi laranja de militar


Carlos Bolsonaro, o tal Zero Dois, o filho que mais fala em uma moral inquebrantável

Convenham: ninguém ficará surpreso, não é mesmo? 

Eu não fiquei. 

A família Bolsonaro ainda acabará no ramo do agronegócio: como produtores de laranjas. 

Leiam o que informa a Folha sobre Carlos Bolsonaro, este moralista empedernido, que deu ultimamente para escrever mensagens enigmáticas nas redes sociais. 

* Filho do presidente da República, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) manteve empregada por 18 anos em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro uma mulher que já foi laranja de um militar em empresas de telecomunicação e também atuou como uma espécie de faz-tudo da família Bolsonaro —inclusive em afazeres domésticos. 

Enquanto remunerada pelo gabinete de Carlos, Cileide Barbosa Mendes, 43, apareceu como responsável pela abertura de três empresas nas quais utilizou como endereço o escritório do hoje presidente Jair Bolsonaro. Na prática, porém, ela era apenas laranja de um tenente-coronel do Exército —ex-marido da segunda mulher de Bolsonaro— que não podia mantê-las registradas no nome dele. 

Novato na política, Carlos tinha 18 anos na época. No início deste ano, ele fez uma limpeza em seu gabinete, assim que o pai assumiu o Palácio do Planalto. Nos meses de janeiro e fevereiro, o vereador exonerou nove funcionários. Cileide foi um deles, demitida após 18 anos —recentemente com remuneração de R$ 7.483. 

Hoje instrumentadora cirúrgica, Cileide mora na casa que, até o ano passado, abrigou o escritório político de Jair Bolsonaro. Ela continuou vivendo na casa em Bento Ribeiro, subúrbio do Rio, mesmo depois de ter sido exonerada, em janeiro, do gabinete de Carlos. O antigo escritório político do então deputado federal hoje é ocupado por parte da equipe de Carlos. 

A relação de Cileide com a família é antiga. Nos anos 1990, ela cuidava dos afazeres domésticos na casa de Ana Cristina e do ex-marido dela, o militar Ivan Ferreira Mendes. Uma das funções era cuidar do filho do casal. (…) 

Comento 

Vá lá… Há algo de notável, sim, na família que contrata Cileide, Val do Açaí ou Fabrício Queiroz — este caso, é bem verdade, com implicações mais graves. Os Bolsonaros eram muito bem-sucedidos nessa política aparentemente miúda, mas rentável. 

O conjunto das circunstâncias lhes deu a chance de mudar brutalmente a escala da ética e da moralidade com que se punham na vida pública. 

Agora, eles têm o país como palco.

Por Reinaldo azevedo

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