Em entrevista à Record, indagou-se a Jair Bolsonaro se já ouviu de parlamentares algum pedido, digamos, pouco republicano. O capitão confidenciou que ouviu dois pedidos do gênero. Um par de nomeações para ministérios, ele esclareceu. Absteve-se, porém, de dar nome aos bois. Atribuiu o silêncio a uma "questão de ética."
"Essa forma de fazer política existia no passado", declarou Bolsonaro, antes de se autovangloriar: "Pela primeira vez, estamos vendo no Brasil um presidente que, depois de eleito, está tentando de todas as formas fazer cumprir o que falou durante a campanha." Será? Se quisesse realmente fazer diferente, o presidente teria tostado os interlocutores tóxicos no micro-ondas do Twitter.
Responda rápido: o que é mais aviltante, um congressista que pede imoralidades ao presidente ou um presidente que esconde a identidade do parlamentar imoral? Qualquer dia desses chegará ao Planalto um governante verdadeiramente decente. Quando a turma da sombra perceber que o presidente trabalha de luz acesa, a festa acabará. Até lá, convive-se com um saneamento de gogó.
Por Josias de Souza
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