quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Volkswagen põe 4 mil operários da fábrica de Taubaté em férias coletivas


Volks suspende turno e impõe férias coletivas a trabalhadores em Taubaté (Foto: Divulgação/Volkswagen)

Do G1 Vale do Paraíba e Região

Após antecipar as folgas previstas neste mês pelo Programa de Proteção ao Emprego (PPE), a Volkswagen dará férias coletivas para cerca de 4 mil trabalhadores de sua fábrica em Taubaté (SP) a partir do próximo dia 15.

A parada na produção será de 20 dias e, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o motivo é a queda de braço entre a Volkswagen e Fameq, do Grupo Prevent, que deixou de fornecer peças metálicas estampadas.

Com as férias coletivas, a fábrica da montadora em Taubaté deve ter produção neste mês apenas na próxima semana, já que a empresa antecipou as folgas previstas em agosto no PPE e os trabalhadores vão permanecer em casa a partir desta a terça-feira (2). Eles só retomam as atividades na próxima segunda (8).

Nesta segunda-feira (1°), a produção na unidade foi parcial e a maioria dos trabalhadores foi dispensada. A fábrica no interior de São Paulo produz os modelos Gol, Up! e Voyage.

Impasse
Procurada, a Volkswagen informou que não vai comentar sobre as férias coletivas. Com relação ao problema com a Fameq, a montadora afirma que a relação de "mais de 40 anos" com essa empresa mudou logo que ela foi comprada pelo Prevent e passaram a ocorrer interrupções na entrega das peças desde 15 de julho.

A montadora diz que, desde o início do impasse com o grupo Prevent, já houve 100 dias de paralisações considerando as três fábricas no Brasil, o que equivale a mais de 90 mil carros deixando de ser produzidos. A multinacional Prevent é dona de diversos fornecedores de autopeças.

No 1º semestre, uma das empresas do grupo, a Keiper, que produz bancos, interrompeu a entrega à montadora por diversas vezes e a briga chegou à Justiça. Uma liminar obrigou a empresa a retomar o fornecimento, mesmo assim, por conta da irregularidade nas entregas continuaram as paralisações.

A Volkswagem diz que a Prevent "reiteradamente faz solicitações de aumento de preços" e de "pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico)".

Em maio passado, a Keiper também levou a Fiat a parar a produção na fábrica de Betim (MG), a maior do país da marca.

Outro lado
O G1 procurou representantes do Grupo Prevent, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

Em junho passado, ante a novas paralisações no fornecimento, a Keiper afirmou que não tinha "nenhuma intenção contrária a não ser ver seu pleito atendido de forma a equilibrar seus custos de produção, os quais têm sido corroídos pela inflação, refletindo diretamente no seu fluxo de caixa". E que buscava junto à VW "uma solução que possa resultar em vantagem para ambas, a fim de manter a parceria existente durante anos".

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