Após antecipar as folgas previstas neste mês pelo Programa de Proteção ao Emprego (PPE), a Volkswagen dará férias coletivas para cerca de 4 mil trabalhadores de sua fábrica em Taubaté (SP) a partir do próximo dia 15.
A parada na produção será de 20 dias e, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o motivo é a queda de braço entre a Volkswagen e Fameq, do Grupo Prevent, que deixou de fornecer peças metálicas estampadas.
Com as férias coletivas, a fábrica da montadora em Taubaté deve ter produção neste mês apenas na próxima semana, já que a empresa antecipou as folgas previstas em agosto no PPE e os trabalhadores vão permanecer em casa a partir desta a terça-feira (2). Eles só retomam as atividades na próxima segunda (8).
Nesta segunda-feira (1°), a produção na unidade foi parcial e a maioria dos trabalhadores foi dispensada. A fábrica no interior de São Paulo produz os modelos Gol, Up! e Voyage.
Impasse
Procurada, a Volkswagen informou que não vai comentar sobre as férias coletivas. Com relação ao problema com a Fameq, a montadora afirma que a relação de "mais de 40 anos" com essa empresa mudou logo que ela foi comprada pelo Prevent e passaram a ocorrer interrupções na entrega das peças desde 15 de julho.
A montadora diz que, desde o início do impasse com o grupo Prevent, já houve 100 dias de paralisações considerando as três fábricas no Brasil, o que equivale a mais de 90 mil carros deixando de ser produzidos. A multinacional Prevent é dona de diversos fornecedores de autopeças.
No 1º semestre, uma das empresas do grupo, a Keiper, que produz bancos, interrompeu a entrega à montadora por diversas vezes e a briga chegou à Justiça. Uma liminar obrigou a empresa a retomar o fornecimento, mesmo assim, por conta da irregularidade nas entregas continuaram as paralisações.
A Volkswagem diz que a Prevent "reiteradamente faz solicitações de aumento de preços" e de "pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico)".
Em maio passado, a Keiper também levou a Fiat a parar a produção na fábrica de Betim (MG), a maior do país da marca.
Outro lado
O G1 procurou representantes do Grupo Prevent, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Em junho passado, ante a novas paralisações no fornecimento, a Keiper afirmou que não tinha "nenhuma intenção contrária a não ser ver seu pleito atendido de forma a equilibrar seus custos de produção, os quais têm sido corroídos pela inflação, refletindo diretamente no seu fluxo de caixa". E que buscava junto à VW "uma solução que possa resultar em vantagem para ambas, a fim de manter a parceria existente durante anos".
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