– Episódio dos tiros contra agentes da Força Nacional que erraram caminho no Complexo da Maré foi a crônica da morte anunciada… pela VEJA.
– 6 de dezembro de 2014: Site de VEJA destacou frase de traficante da Maré: “Se quiser, mato um soldado por dia”; 14 de junho de 2016: Site de VEJA mostrou traficantes brincando de mirar fuzis para veículos na Linha Vermelha (foto); 10 de agosto de 2016: Atiraram na Força Nacional.
– Irresponsabilidades: 1) Prometer pacificação da Maré; 2) Não cumprir; 3) Maquiar risco à Rio-2016;4) Colocar PM de Roraima dirigindo por lá, onde qualquer erro pode ser fatal.
– 5 de julho: O Globo insistiu em blindar o secretário de Segurança José Mariano Beltrame destacando não as críticas do prefeito Eduardo Paes ao governo do estado, mas a promessa de segurança à Rio-2016, como critiquei aqui; 11 de agosto: Ataque à Força Nacional aparece na capa do Globo, embora mais discreto do que na Folha, como de costume.
Antes:
Depois:
– Fica a pergunta: quem protege as próprias tropas federais contra irresponsabilidades do governo do estado do Rio acobertadas pela imprensa carioca (como este blog denuncia há anos)?
– Morreu na noite de quinta-feira (11) o soldado Hélio Vieira Andrade, cedido pela PM de Roraima para Rio-2016 e baleado na cabeça por traficantes no Complexo da Maré, a bomba-relógio que ninguém desativou.
– VEJA: “Desativar essa bomba relógio foi uma das principais promessas políticas do secretário de segurança, José Mariano Beltrame, e de seus chefes, os governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.” Só funcionou eleitoralmente, como de costume.
– O anúncio da morte do soldado Vieira foi feito pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em sua página pessoal do Facebook. E Beltrame? Não vai culpar a falta de aula de balé na comunidade?
– Morte do soldado Vieira rendeu notinha ainda menor na capa do Globo desta sexta (12). Tão pequena que, dessa vez, não deu nem para o jornal destacar que Beltrame promete pegar o assassino.
– Michel Temer declarou luto oficial pela morte do soldado Vieira. Poderia declarar também o luto pela gestão de Beltrame e pelo jornalismo policial do Globo.
– A propósito: não é por haver criminalidade em todo o país que o combate àquela onipresente em um estado não tem peculiaridades que ensejam críticas específicas. Bocós não entendem e, repetindo o chavão do “problema nacional”, eximem secretário e governo do Rio de suas responsabilidades, mesmo após bilhões de reais gastos em projetos de suposta segurança pública.
– Em abril, editei e publiquei um vídeo tragicômico sobre a diferença entre as promessas políticas de Lula, Dilma, Cabral, Pezão e Eduardo Paes no Complexo do Alemão e a realidade local. Curiosamente, esta sexta é o quarto dia consecutivo de tiroteio no Alemão, onde um policial foi ferido por estilhaços e o teleférico – foco do vídeo – teve de ser fechado durante a manhã. Vale a pena ver de novo “O bonde da farsa” para entender também, por tabela, a realidade da Maré.
Por Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Um comentário:
Herói? Nossos valores são muito frágeis!
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