quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Empresário cita propina de R$ 1,5 milhão para vereadores de Taubaté


Vereadores durante sessão de Câmara em Taubaté. Foto: CMT/Divulgação.
Vereadores durante sessão de Câmara em Taubaté. Foto: CMT/Divulgação.
O Vale

A denúncia que liga o prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), a uma suposta fraude no processo licitató-rio da PPP (Parceria Público-Privada) da Limpeza, atinge também a Câmara.

De acordo com o empresário joseense que denunciou o suposto esquema ao Ministério Público, os 19 vereadores de Taubaté teriam recebido R$ 1,5 milhão para aprovar o projeto do prefeito que viabilizou a contratação por meio de PPPs no município.

O texto, que autorizou a prefeitura a oferecer garantias para assegurar o pagamento em contratos de PPP, foi aprovado por unanimidade no fim de junho de 2015. O dinheiro teria sido dividido entre os 19 vereadores. O pagamento teria sido feito em duas vezes, ambas no dia da votação, 30 de junho --metade antes da sessão e outra metade depois.

"Era para todo mundo, para votar de forma unânime e não chamar atenção de ninguém", disse o empresário João Leandro Terra de Biagi.

A propina teria sido paga pela Marquise, empresa que lidera o consórcio que acabou contratado para a PPP da Limpeza. O empresário diz não ter presenciado as reuniões com os vereadores, mas alega que outro envolvido relatou que os encontros foram feitos na casa de Ortiz e citou três parlamentares presentes: Jeferson Campos (PV) e Luizinho da Farmácia (Pros), da base governista, e Pollyana Gama (PPS), que é opositora do governo.

Caso. A denúncia foi feita ao MP no mês passado. A Promotoria não informou que providência foi adotada a respeito. O empresário diz ter articulado em 2012, a pedido de Ortiz, a formação de um grupo de empresas para fraudar uma licitação que o tucano abriria caso fosse eleito prefeito.

Em troca da vitória futura no certame, as empresas teriam doado extraoficialmente R$ 1,5 milhão para o prefeito na campanha de 2012, como 'caixa dois'. Além disso, Ortiz receberia 5% do faturamento mensal do consórcio. O denunciante diz ter sido excluído do esquema, e que por isso resolveu delatar a suposta fraude.

Parlamentares negam fraude

Presidente da Câmara em 2015, o vereador Digão (PSDB) disse que o Legislativo irá pedir ao MP acesso à denúncia. "Se a pessoa falou um absurdo desses, precisa provar. Principalmente quando mexe com uma instituição, está falando de todos os vereadores".

Os três parlamentares citados nominalmente negaram a participação na suposta fraude. "É mentira, não houve essa reunião", afirmou Luizinho da Farmácia. "Não teve nenhuma reunião, não conheço essa pessoa. É uma mentira deslavada", disse Jeferson Campos.

"É algo totalmente infundado, típico de época eleitoral. Imagina eu, na casa do prefeito. Não tenho intimidade, não sou da base", rebateu Pollyana Gama. A denúncia também é negada pelo governo Ortiz Junior e pelo consórcio Marquise-Fortnort, vencedor do contrato citado na acusação.

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