quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O ATO E O FATO


Brasilino Neto
O corrupto e “O Quinze”

Uma observação: “O Quinze” a que me refiro é o livro de Rachel de Queiroz.

Como brasileiro que acompanho o desenrolar do dia a dia de nosso país, onde a economia, a falência das instituições, os desencontros políticos, os desmandos, as falcatruas e, sobretudo, onde a corrupção toma o noticiário de semana a semana despertam em mim sensação de impotência e o vislumbre de pouca luz no fim do túnel.

E não é só a situação do país, mas também questões em outras esferas de administração que me suscitam estes desencantos, mas também o comportamento desalinhado que temos como cidadão, pois infelizmente não conseguimos passar um só dia sem que vejamos motoristas trafegando em alta velocidade, na contramão de direção, especialmente os que se dedicam ao tal ‘delivery’, e que chegam buzinando alucinadamente na porta da casa do cliente (melhor seria paciente), às ultrapassagens de semáforos com o sinal vermelho, isto então, nem se fale, estacionamentos sobre calçadas e tantas outras mazelas mais, e que não são poucas, mas que para que não me taxem de ‘mensageiro do apocalipse’ prefiro ficar só com estas.

Observo que isto não é questão de estar “gagá” ou de chatice, é sim de incompreensão de como estes desvios de conduta podem ocorrer de minuto a minuto serem agressivos demais.

Mas o que mais me incomoda é, sem dúvida, a deslavada questão da corrupção, que mesmo demonstradas de forma evidente, e que cada acusado desmente, se é que isto é possível, com cínica seriedade.

Assim, diante de todas estas situações fiquei pensando e aqui dou uma sugestão ao juiz Sérgio Moro e aos demais juízes deste país chamado Brasil, que ao prolatarem decisões condenatórias com base em desvios de valores e bens que estavam destinados à proteção dos direitos comezinhos e ao bem estar do povo brasileiro, que imponham na condenação, além das legalmente fixadas, que o corrupto esteja obrigado a ler o livro “O Quinze”, da importante escritora brasileira Rachel de Queiroz, e que se obrigue, em 15 dias, fazer uma redação daquilo que aprendeu, ou deveria ter aprendido desta leitura.

Que o corrupto condenado esteja obrigado a escrever, com demorada análise, especialmente sobre as vidas e sofrimentos do casal Chico Bento e Cordulina e sobre as agruras da fome, da má saúde, da sede, do desprezo, e da falta de tudo vividas por seus filhos Josias, Pedro e Duquinha.

Que aos corruptos, que deslavadamente usurpam os direitos primários dos necessitados ocorram, como adapto a uma frase da escritora Rachel de Queiroz, quanto tiverem fome, que comam cinzas até caírem mortos de fome !

Ah, como quero que esteja país, mesmo que seja para que meus netos, bisnetos, ou mais, um dia esteja livre destes infectos usurpadores.

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