O atual prefeito de Buenos Aires, Murício Macri, 56, foi eleito presidente da Argentina neste domingo, em segundo turno das eleições, encerrando doze anos de domínio Kirchner, iniciado em 2003 com Nestor Kirchner, já falecido, seguido de sua viúva Cristina Kirchner. Esta é a primeira vez na história do país em que a eleição presidencial foi decidida no segundo turno.
Com 95,35% dos votos apurados à meia-noite (hora de Brasília), Macri registrava 51,81% (12.524.711 votos), e o adversário derrotado Daniel Scioli, 48,19% (11.648.131 votos), segundo a comissão eleitoral.
Macri é engenheiro, empresário e foi presidente do Boca Juniors, o time de futebol mais popular do pais. Ele liderou a coalizão "Cambiemos”. Sua posse na presidência está marcada para o próximo dia 10.
O candidato vitorioso tornou-se conhecido em 1991, aos 32 anos, quando foi alvo de um sequestro que durou 14 dias. Um grupo de ex-policiais federais o manteve no sótão de uma casa na zona norte da capital argentina. Ao ser capturado, foi agredido e transportado em um caixão. Foi libertado depois de a família pagar US$ 6 milhões.
Quatro anos depois, tornou-se presidente do Boca Juniors, clube com mais torcedores do país, ao comando do qual esteve até 2007.
Em 2005, fundou o Proposta Republicana, partido de viés liberal cujo objetivo era romper a polarização entre o peronismo e a União Cívica Radical (UCR). Quando manifestou sua vontade de chegar à presidência da Argentina, ganhou um oponente de peso, Franco Macri. "Ele tem cabeça para ser presidente, mas não coração", afirmou o empresário, que este ano se reaproximou do filho indo a um de seus últimos comícios.
Um dos maiores desafios da campanha de Macri foi atenuar a imagem de herdeiro abastado, ligado ao universo dos milionários. "Essa mudança ocorre há dois anos. Acho que rompeu o preconceito de que trabalhava para o que mais têm pelo trabalho na cidade de Buenos Aires", disse ao Estado Mariel Fornoni, diretora da consultoria M&F.
Macri começou a governar a capital argentina em 2007 e foi reeleito em 2011 - ano em que desistiu de concorrer contra Cristina Kirchner, aconselhado por marqueteiros que viram a presidente mais forte após a morte de Néstor, em 2010.
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