O Conselho Regional de Medicina (CRM) abriu sindicância para investigar a conduta de seis médicos do Vale do Paraíba suspeitos de participar de um esquema para receitar o Juxtpaid, remédio de
alto custo e de uso proibido no Brasil. O caso envolve pelo menos 18 médicos no Estado de São Paulo.
O caso também é apurado na esfera criminal. A Polícia Civil e a Corregedoria de Administração do Estado investigam o caso desde 2013 e acreditam que o esquema pode ter desviado quase R$ 40 milhões dos cofres públicos.
O inquérito teve início em 2013 depois que a Secretaria Estadual de Saúde começou a receber muitas decisões judiciais determinando o fornecimento do remédio, indicado para o tratamento de uma doença rara ligada a níveis altos de colesterol no sangue. O medicamento é produzido nos Estados Unidos e um único comprimido custa em média R$ 4 mil.
Como ele não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usado no Brasil, uma das suspeitas da corregedoria é de que o laboratório estaria usando pacientes brasileiros como cobaias para testar o medicamento.
A Justiça já cassou algumas liminares que pediam a compra do remédio. Em uma das decisões, o juiz ressaltou as suspeitas que recaem sobre os recentes pedidos em massa do medicamento, todos baseados em relatórios médicos idênticos, o que reforça a tese de serem elaborados por possíveis patrocinadores da indústria farmacêutica.
Em São José dos Campos, um dos médicos investigados não quis dar entrevista, mas explicou que os cardiologistas se baseiam na diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que diz que o lomitapide, que é o princípio ativo do Juxtapid, é capaz de reduzir o colesterol em até 50,9%.
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