sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mordomias de Zé Dirceu e dos demais mensaleiros revoltam outros presidiários


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Familiares de presos do Complexo Penitenciário da Papuda relatam clima de tensão dentro das unidades do presídio e afirmam que os detentos estão "revoltados" com o tratamento, considerado diferenciado, dado aos presos do mensalão. Embora os relatos de insatisfação sejam comuns entre os parentes dos detentos, poucos confirmam rumores de uma possível rebelião. Juízes da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal disseram ter recebido informações sobre uma possível rebelião a ser realizada na véspera do Natal.

Dos 20 familiares ouvidos pela Folha ontem durante o dia de visitas na Papuda, só duas mulheres confirmaram os rumores de rebelião. "Conversei com vários e me disseram que ouviram falar de uma rebelião em outra unidade [da Papuda]", afirma Aparecida, 44, que visitou um parente no regime fechado. Outra mulher diz ouvir do marido há semanas que existe, internamente, um receio de rebelião devido à revolta que a presença dos condenados no mensalão causou. A insatisfação é motivada principalmente pelo tratamento diferenciado que os presos do mensalão tiveram ao receber visitas.

Na primeira semana, parlamentares tiveram acesso aos condenados no processo fora do horário regular e sem pegar fila. Depois, os presos do mensalão passaram a ter visitas às sextas --para os demais detentos, elas são restritas às quartas ou quintas. Há duas semanas, a Vara de Execuções Penais suspendeu as visitas às sextas. Mas a revolta entre os familiares persiste, e há clima de insatisfação entre os detentos. Os parentes organizam um abaixo-assinado por melhores condições no cárcere e pretendem entregá-lo em janeiro ao Ministério Público do Distrito Federal.

Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que a possibilidade de rebelião preocupa e "desperta a atenção", e que o órgão agirá caso isso ocorra. Procurada, a Secretaria de Segurança do DF disse que boatos sobre rebeliões na Papuda "acontecem sempre" e que a última ocorreu em 2001. O órgão nega problemas no tratamento aos presos. (Folha de São Paulo)

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