Reunidos em assembleia nesta sexta (13), os aeronautas (pilotos, copilotos e comissários de bordo) decidiram “entrar em estado de greve”. Trata-se daquele “estado” em que os trabalhadores que, desatendidos pelos empregadores em suas reivindicações, se dão conta de que a coragem é uma estranha qualidade que costuma fugir exatamente no momento em que é mais requisitada.
Noves fora as cláusulas sociais (redução de jornada e aumento das folgas, por exemplo), a turma que mantém os aviões no ar pede reajuste de 8%. As empresas só admitem devolver o que a inflação tomou: 5,6%. Daí o “estado” de greve. Na próxima quarta-feira (18), haverá nova rodada de negociações.
Prevalecendo o dissenso, o sindicato dos aeronautas diz que a categoria migrará do “estado de greve” para a greve a partir de 20 de dezembro. No ano passado, executou-se a mesma coreografia. Na última hora, as partes se entenderam. E greve do dia 20 foi cancelada.
Torça-se para que o bom senso volte a dar o ar da graça. Decretar greve a cinco dias do Natal, com aeroportos apinhados, exigirá uma dose cavalar de coragem.
Josias de Souza
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