Outros partidos, mesmo os que agem com cinismo, não ousam tratar os seus criminosos condenados como heróis ou mártires
O PT marcou para as 11 horas desta sexta-feira um ato de desagravo aos mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal - só aos mensaleiros petistas, claro. A manifestação acontecerá no 5º Congresso do partido, em Brasília, sob os auspícios da cúpula da legenda. É mais uma demonstração de que o partido não só tolera os crimes de seus filiados como compactua com eles.
Como os partidos tratam seus corruptos
Do arrependimento sincero ao cinismo, passando pela discrição envergonhada, os partidos reagem de forma diferente quando um de seus filiados é flagrado em atos de corrupção. Nenhum deles, entretanto, age com a desfaçatez do PT.
O DEM expulsou do partido dois de seus principais expoentes nos últimos anos: o então governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, em 2009, e o então senador Demóstenes Torres, no ano passado. Ambos foram flagrados mantendo contatos nada republicanos com criminosos. E tiveram de deixar o DEM antes mesmo da abertura do processo de cassação. |
Não passa de um cálculo pragmático, mas já é alguma coisa: os tucanos cogitam expulsar o deputado Eduardo Azeredo (MG), principal réu no processo do valerioduto mineiro. Azeredo era presidente da sigla quando entrou em operação o esquema financeiro que abasteceu o caixa dois eleitoral da sigla em Minas Gerais, em 1998. De lá para cá, Azeredo perdeu grande parte da influência que possuía |
Tuma de Valdemar Costa Neto assumiu ter agido à margem da lei no caso do mensalão. O deputado paulista tem dido que quer pagar pelos seus crimes. O PR não puniu seus envolvidos no episódio; mas, por outro lado, nunca tentou transformar seus mensaleiros em mártires injustiçados. |
O senador Ivo Cassol (PP-RO) tem uma condenação na mais alta corte brasileira: o Supremo Tribunal Federal. O partido não toca no assunto, e é pouco provável que vá expulsá-lo. Ao mesmo tempo, a sigla não fez ataques ao STF nem tenta transformar vícios em virtudes. |
Mesmo para o PMDB de Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho, há um limite intransponível: quando o Supremo Tribunal Federal decretou a prisão do deputado Natan Donadon (RO), o partido tratou de expulsá-lo da legenda. Aparentemente, só o PT convive bem com a ideia de ter alguns de seus representantes na cadeia. Leia mais em Veja.com |
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