O roteiro não varia muito: em menos de dez segundos, o prefeito se aproxima, cumprimenta Dilma Rousseff, recebe uma chave e posa para uma foto ao lado da presidente da República. Alguns puxam uma rápida conversa com a chefe do Executivo. E então o mestre de cerimônias chama o próximo da fila. A cena já se repetiu centenas de vezes desde que o governo federal começou a montar palanques para distribuir máquinas às pequenas cidades nos grotões do pais. São retroescavadeiras, motoniveladoras, pás-carregadeiras e outros equipamentos do tipo que, entregues a pequenos municípios, têm o potencial de criar uma dívida de gratidão dos prefeitos com a presidente, candidata à reeleição no ano que vem.
Os dois lados saem ganhando: para o chefe do Executivo municipal, a chegada de um equipamento novo é útil para melhorar as condições das rodoviais vicinais e conquistar o apoio de seus conterrâneos. Para a presidente, é uma garantia de proximidade com os líderes políticos de pequenas cidades, onde a influência do prefeito é significativa.
Nas cerimônias de entrega dos equipamentos, Dilma deixa claro que está fazendo uma espécie de favor aos prefeitos: ”Essas estradas são verdadeiras veias de alimentação do organismo econômico. Por isso o governo federal resolveu fazer essas doações”, disse ela, em outubro, em um ato no qual distribuiu máquinas de pavimentação a municípios do Paraná.
A ideia de criar uma rubrica dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a compra dessas máquinas foi anunciada por Dilma em 2012, durante a tradicional Marcha dos Prefeitos, mas as primeiras máquinas começaram a ser entregues apenas neste ano.
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