Em seu último pronunciamento oficial – o oitavo em 2013 – neste ano, em cadeia nacional de rádio e televisão, a presidente Dilma Rousseff evidenciou neste domingo como usa o espaço institucional na TV para fazer campanha antecipada. O pretexto oficial era desejar um bom 2014 aos brasileiros. Mas, como já havia feito outras sete vezes, Dilma adotou discurso de candidata, abusou da primeira pessoa do singular e fez autoelogios nos doze minutos de discurso.
Com a fala de hoje, Dilma soma dezoito pronunciamentos na TV em três anos de governo – média de seis por ano –, superando, na média anual, seus antecessores: Lula fez onze no primeiro mandato, e dez no segundo – média de 2,6 por ano; Fernando Henrique Cardoso fez seis em sua primeira gestão, e dezesseis na segunda – média de 2,75 por ano.
"Entrem em 2014 com toda energia e otimismo e com a certeza de que a vida vai continuar melhorando. Reflitam sobre o que aconteceu de positivo nos últimos anos na vida do Brasil, na sua vida e na vida de sua família e projetem isso de forma ampliada para os próximos anos", afirmou a presidente, logo no início do pronunciamento deste domingo. Para aumentar o tom eleitoreiro, neste trecho a fala da presidente foi sublinhada por uma música emotiva.
Dilma ainda fez questão de utilizar expressões de forte impacto no eleitorado, como a promessa de que "o padrão de vida" vai melhorar em 2014 e que o brasileiro "poderá pagar suas prestações", sem risco de desemprego."Sinto alegria de poder tranquilizar vocês, dizendo-lhes que entrem em 2014 com a certeza que o seu padrão de vida vai ser ainda melhor do que você tem hoje. Sem risco de desemprego, podendo pagar suas prestações, em condições de abrir sua empresa ou ampliar o seu próprio negócio."
A presidente, que já havia discursado para as mulheres e usado a TV para anunciar o corte nos impostos de produtos da cesta básica, escolheu desta vez o eleitorado jovem e mandou um recado direto: "Você, jovem, sabe o quanto o seu padrão de vida melhorou comparado ao que você tinha na infância e ao que seus pais tinham na sua idade. Usem essa fotografia do presente e do passado recente para projetar o futuro".
Guerra psicológica – Dilma reconheceu "problemas localizados" de "carestia", mas minimizou os riscos e criticou os setores que, segundo ela, promovem a desconfiança e fazem "guerra psicológica". A presidente ainda criticou as "disputas e interesses mesquinhos" que prejudicariam o desenvolvimento do Brasil. "Se alguns setores, seja porque motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas."
Ela citou o programa Mais Médicos, o combate à inflação e os investimentos em educação como alguns dos pontos prioritários de seu governo.
Veja.com
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