Após registrar queda de 31% na entrega de jatos executivos em 2011, a Embraer prepara a expansão do seu portfólio no segmento atrás da recuperação de mercado.
Dois novos modelos chegarão ao mercado a partir do final de 2013. Tratam-se dos jatos Legacy 500 e 450, que ocuparão um espaço intermediário entre a já existente família Legacy, de modelos grandes, e a linha Phenom, de aeronaves leves.
O diretor de marketing e vendas da Aviação Executiva da Embraer para América Latina, Breno Corrêa, afirma que os novos modelos têm como diferencial o aumento da autonomia de voo em relação à família Phenom, que possui praticamente o mesmo número de passageiros que os aviões a serem lançados, entre 6 e 10 pessoas.
“O que muda é a distância que precisa ser voada, a autonomia”, disse Corrêa, que explica que o crescimento do mercado de aviação civil pede a atualização do portfólio da empresa.
“Há uma tendência das empresas de expandirem seus negócios e, com isso, acaba-se tendo necessidade de jatos maiores, com mais autonomia”, afirma Corrêa.
Enquanto o Phenom 100 tem 1.178 milhas náuticas de autonomia e o Phenom 300, 1.971, as novas aeronaves terão 2.300 milhas náuticas (no caso do Legacy 450) e 3.000 (Legacy 500).
Preparação. A expectativa da Embraer é que o Legacy 500 faça seu primeiro voo teste no terceiro trimestre deste ano. Sua certificação deve ficar pronta até o final de 2013 e suas entregas começarem no final de 2013 ou início de 2014. Já o Legacy 450 passará pelo mesmo processo com um ano de defasagem.
Num primeiro momento, a Embraer estima que a venda dos novos modelos deva ficar entre a família Phenom, líder de vendas do segmento, e os modelos Legacy 600/650.
Mercado. Em 2011, a Embraer entregou 99 jatos executivos, segmento responsável por 19% da receita da empresa.
Os campeões de venda são os Phenom 100 e 300, que representaram 83% do total das aeronaves entregues pela empresa no ano passado.
Corrêa destaca que um indicador do fortalecimento do segmento executivo da empresa é que, do total de Phenom 100/300 vendidos pela Embraer, metade foi para clientes que não possuiam aeronaves.
“É interessante coletar o feedback dos clientes. Depois que ele começa a utilizar o avião, consegue visitar mais clientes, estar mais perto das operações da empresa e passar mais noites em casa. Não é luxo. No final do ano, a empresa tem retorno deste investimento. Se você visita mais clientes, pode fechar mais negócios e isto acaba pagando o avião”, afirma o executivo.
Segmento. A Embraer iniciou sua atuação do segmento executivo em 2001, com o programa do Legacy 600, modelo que teve sua 100ª entrega em 2007.
A família Phenom 100/300 foi lançada em 2005. Dois anos depois de sua entrada em operação, o Phenom 100 alcançou o posto de aeronave executiva mais entregue do mundo.
Já o Lineage 1000, modelo mais sofisticado do segmento executivo da empresa, de US$ 50 milhões, fez seu primeiro voo em 2007.
Crise nos EUA e Europa prejudica desempenho
São José dos Campos
O desempenho do segmento executivo da Embraer em 2011 foi prejudicado pelos reflexos da crise na economia mundial, que culminaram no cancelamento de pedidos e retração do mercado.
A empresa também sofreu com o crescimento da comercialização de aeronaves usadas, principalmente após o início da crise.
“Se você tem um excesso de aviões usados à venda, isso acaba pressionando para baixo o preço dos novos. O mercado de usado é muito importante, mas mais importante é ter equilíbrio. Depois da crise, houve aumento expressivo de usados à venda, mas ultimamente há uma redução deste estoque”, afirmou o diretor de Marketing e Vendas da Aviação Executiva da Embraer, Breno Corrêa.
Apostando nesse nicho de mercado, a Embraer possui uma divisão de venda de usados nos Estados Unidos.
“É um mercado interessante. É preciso ter um mercado que compre o usado para poder vender o novo. Isso funciona como quando você compra um carro. Você compra o novo e deixa o usado. É como se a Embraer comprasse o jato”, disse o executivo.
No balanço anual dos resultados da empresa, o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Embraer, Paulo Penido, disse acreditar na recuperação plena do setor executivo em 2013.
SAIBA MAIS
Estratégia
mais opções
Embraer prepara ampliação de seu portfólio de aviões executivos. Novos modelos devem entrar em operação a partir de 2014
Legacy 500
intermediário
Jato de 6 a 10 passageiros será o primeiro a chegar ao mercado. Seu primeiro teste em voo acontece no terceiro trimestre deste ano. Avião terá 3.000 milhas náuticas de autonomia
Legacy 450
alternativa
Jato com mesmo número de passageiros vem sendo produzido pela Embraer e deve começar a ser entregue em 2015. Aeronave terá 2.300 milhas náuticas de autonomia
Portfólio
jatos e autonomia
Phenom 100 (1.178)
Phenom 300 (1.971)
Legacy 450 (2.300)
Legacy 500 (3.000)
Legacy 600 (3.400)
Legacy 650 (3.900)
Lineage 1000 (4.500)
*Entre parênteses, milhas náuticas de autonomia
Por O Vale
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