terça-feira, 27 de junho de 2023

Trabalhadores da GM aprovam proposta de layoff na fábrica de São José dos Campos, SP


Trabalhadores da GM aprovam proposta de layoff na fábrica de São José dos Campos, SP. — Foto: Roosevelt Cássio/Sindicato dos Metalúrgicos

Os trabalhadores da General Motors (GM) de São José dos Campos aprovaram nesta terça-feira (27) a proposta de acordo para implantação de uma nova suspensão temporária de contratos (layoff) na fábrica.

O novo layoff deve ter início a partir de 3 de julho e irá afetar cerca de 1,2 mil trabalhadores, com prazo de duração de até dez meses.

A proposta foi levada para assembleia pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, após a garantia de que todos os trabalhadores terão estabilidade no emprego durante a suspensão dos contratos.

A medida atingirá operários de todos os setores da empresa, que suspenderá o segundo turno durante o período. De acordo com o sindicato, a GM afirmou que o motivo do layoff é a queda na venda de veículos.

A produção na fábrica já está parada desde o dia 12 de junho. Na época do anúncio da proposta, a GM foi procurada pelo g1 e enviou uma nota informando que estava negociando com o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos medidas para ajustar a produção à atual demanda do mercado, de forma a garantir a sustentabilidade do negócio.

Segundo a montadora, a empresa propôs a realização de um layoff de cinco meses na fábrica de São José dos Campos, com início programado para o dia 03 de julho, podendo ser prorrogado por mais cinco meses.

Após a aprovação da proposta pelos trabalhadores na assembleia, o g1 procurou novamente a GM, mas não obteve retorno.

A GM em São José dos Campos tem cerca de 4 mil trabalhadores e produz os veículos Picape S10, Trailblazer, Onix Joy e Prisma Joy.

GM tem cerca de 4 mil empregados na fábrica em São José dos Campos — Foto: Camilla Motta/ G1

Como vai funcionar o layoff

O acordo prevê que os trabalhadores em layoff recebam 100% do salário líquido. Uma parte será paga com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), e o restante será depositado pela GM.

Por conta do não recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), em virtude da suspensão dos contratos, ficou acertado que a GM pagará 8% a mais de salário como forma de compensação. Outro ponto é que os trabalhadores em layoff não terão desconto de Imposto de Renda.

A suspensão dos contratos não irá alterar o período de férias dos operários. Além disso, a GM firmou o compromisso de pagar o 13º salário completo para todos, bem como PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e reajuste salarial na data-base da categoria (1º de setembro). Os operários terão ainda o vale-alimentação e o plano de saúde mantidos.

Na vigência de um layoff, a legislação brasileira prevê que os operários façam cursos de requalificação. No caso dos metalúrgicos da GM, o curso será on-line. Por isso, o acordo prevê uma ajuda de custo a ser paga pela GM para gastos mensais com internet.

Linha de montagem da S10 e da Trailblazer em São José dos Campos — Foto: GM/Divulgação

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