quarta-feira, 7 de junho de 2023

No próximo dia 22, aposte na condenação de Bolsonaro



Esse Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, é um danadinho que gosta de charadas e de fazer graça. Vejam só.

Marcou para o próximo dia 22 o início do julgamento que poderá tornar Bolsonaro inelegível por oito anos. Vinte e dois é o número do PL, partido pelo qual Bolsonaro não se reelegeu.

Dizem os acólitos de Bolsonaro que ele, afinal, se convenceu de que seus direitos políticos serão cassados e por isso está tranquilo. Diferente do que aconteceu ao ser derrotado por Lula.

Naquela ocasião, segundo contou Valdemar Costa Neto, presidente do PL, à jornalista Andreia Sadi, Bolsonaro era um homem “quebrado”, “abatido”. Costa Neto temeu pela vida dele:

“Depois da [diplomação de Lula em 12 de dezembro], eu cheguei para ele e disse: ‘Bolsonaro, você não vai falar nada para esse pessoal que está aí [nos acampamentos]?’ Ele ficou quebrado depois do segundo turno. Do primeiro para o segundo, achava que iríamos ganhar a eleição. Temi que ele morresse”.

“Ele tinha que ter falado para aquele pessoal ir pra casa, acabou. […] Bolsonaro não é uma pessoa normal. Começa pelo carisma que ele tem e que é uma loucura. Não dá para entender. Você vê a popularidade que ele tem hoje, o país dividido… Mas Bolsonaro tem esses problemas. Ele tem dificuldade, tem dificuldade.”

É razoável duvidar da tranquilidade de Bolsonaro ante sua iminente condenação. Primeiro porque talvez não seja a única: só no Tribunal Superior Eleitoral, ele é alvo de 16 ações.

No Supremo Tribunal Federal há outras ações. Bolsonaro é investigado no inquérito dos atos hostis à democracia, e dois dos seus filhos também. O que mexe com os filhos tira ele do sério.

Acreditar que Bolsonaro pensa que influenciará mais nos resultados das eleições do próximo ano como cabo eleitoral do que como candidato a presidente em 2026, é conversa para boi dormir.

O bolsonarismo continuará existindo independente dele, mas sem perspectiva imediata de poder, diminuirá a importância de Bolsonaro. Ele sabe disso, tanto ou melhor do que Costa Neto.

Por que Bolsonaro barrou a candidatura do seu filho Flávio a prefeito do Rio? Flávio queria muito disputar. Bolsonaro não deixa porque tem medo que ele perca. Seria uma derrota do pai.

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