sexta-feira, 23 de junho de 2023

Bolsonaro ensaia jogar a culpa por sua derrota nas costas de Biden



Em junho de 2022, às margens da Cúpula das Américas que reuniu em Los Angeles chefes de Estado, Bolsonaro pediu a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, que o ajudasse a se reeleger.

A conversa a dois vazou por meio de uma fonte do governo americano. Bolsonaro retratou Lula como um homem perigoso para os interesses dos Estados Unidos.

Em resposta, Biden destacou a importância de preservar a integridade do processo democrático eleitoral do Brasil e, quando Bolsonaro pediu ajuda, ele simplesmente mudou de assunto.

Mais tarde, Bolsonaro disse a repórteres que ele e Biden “falaram superficialmente” sobre a eleição de outubro no Brasil. Biden preferiu destacar que as instituições eleitorais do Brasil são fortes.

Em sua edição da última quarta-feira (21), o jornal inglês Financial Times disse que o governo americano liderou uma silenciosa campanha junto a líderes políticos e militares brasileiros.

A campanha destinou-se a barrar a tentativa de um golpe por Bolsonaro e envolveu a CIA, Departamento de Estado, Pentágono. Casa Branca e membros das Forças Armadas norte-americanas.

Provocado a comentar a reportagem do jornal, Bolsonaro afirmou:

“Governo americano, Joe Biden, estamos analisando. Matéria consistente, acredito que tenha fundamento. Citando, inclusive, alguns militares e alguns civis, autoridades obviamente, que contribuíram —a palavra mais certa seria interferiram— com ações por ocasião das eleições não favoráveis a mim”.

O Financial Times não diz que o governo americano teria agido em favor de um ou outro candidato. A ação teria se concentrado na garantia de que o resultado da eleição fosse respeitado.

Partidário de Donald Trump, Bolsonaro sempre detestou Biden e custou muito a reconhecer sua vitória. Biden nunca demonstrou simpatia por Bolsonaro. Por Dilma Rousseff, sim.

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