PUC-SP inaugura sanitário unissex. (Facebook/Reprodução) |
O casal de amigos conversa no corredor da faculdade enquanto ambos caminham. Calças jeans rasgadas, tênis, livro na mão. Falam sobre como inserir a Revolução Francesa em um trabalho, mas não dá para ouvir o fim da conversa. Juntos, rapaz e moça entram no mesmo banheiro e continuam o papo.
A cena ocorreu nesta segunda (14), na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Na estreia de primeiro banheiro unissex, na sua unidade de Perdizes, zona oeste, a instituição afirmou que a medida não é voltada a nenhum público específico e sim à comunidade como um todo.
O banheiro unissex é um dos toaletes espalhados pelo campus. Fica no primeiro andar do chamado prédio novo, diferenciado apenas por uma placa com desenhos de um homem e uma mulher estilizados.
A estudante de Letras Luana Gonçalves, de 19 anos, aprovou a medida, que, segundo ela, atendeu pedido da comunidade acadêmica. “O bom é que a reitoria não anulou os banheiros masculino e feminino. Ela manteve, mas criou esse novo, para quem quiser usar”, disse. Para Luana, a nova instalação é uma “evolução” que fará bem ao meio acadêmico.
A adoção de banheiros unissex vem na esteira do fortalecimento de discussões de gênero. A demanda dos defensores da ideia é que alunos trans possam utilizar o espaço sem constrangimentos ou prejuízos.
A estudante de Letras Beatriz Frade Inácio, de 21 anos, afirma ter lido comentários negativos à iniciava nas redes sociais. “São de meninas que ficaram com medo de assédio, mas a maioria aprovou.” Beatriz destacou que quem não quiser não precisa usar o unissex e lembrou que, nas baladas, o formato é comum.
Em sua página no Facebook, a PUC afirma que, de olho na diversidade de sua comunidade, “composta por alunos, professores e funcionários, buscou contemplar a todos” com o banheiro.
(Com Estadão Conteúdo)
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