Em trajetória crescente, as despesas previdenciárias abocanham, hoje, 56,8% do Orçamento da União e vão atingir R$ 735,5 bilhões este ano. Para se ter uma ideia do espaço que é tomado por esses desembolsos, o número é sete vezes maior do que o governo gasta com saúde (excluindo folha de pagamento), R$ 103,8 bilhões.
Ele também é 23 vezes maior do que as despesas com benefícios assistenciais, incluindo o programa Bolsa Família, de R$ 30,8 bilhões. Os números foram apresentados ontem pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, em encontro com investidores chineses no qual ele fez uma defesa da reforma da Previdência.
— Basicamente, estamos gastando 57% do Orçamento federal com Previdência. Apenas os gastos com o regime geral (R$ 560 bilhões) subiram cerca de R$ 50 bilhões este ano e representam duas vezes o investimento público. Tem algo muito errado nas nossas contas, que é o fato de que estamos colocando o dinheiro para pagar aposentado e não para investir. Disso decorre grande parte dos problemas de infraestrutura que nós temos — disse o ministro.
O economista Leonardo Rolim, consultor do Orçamento da Câmara dos Deputados na área de Previdência, estima que aposentadorias e pensões devem consumir dez vezes mais que a Saúde em 2025, se nenhuma reforma for feita:
— Os gastos com saúde não vão cair. Pela lei do teto de gastos, vai se manter nesse piso e ser reajustado pela inflação. Mas essas despesas precisavam aumentar, porque a população está envelhecendo e demandando mais assistência.
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