terça-feira, 29 de agosto de 2017

Aerovale em Caçapava – Grupo Penido procura investidor para concluir Aerovale



Em recuperação judicial, o grupo Penido busca um investidor para injetar capital no seu principal empreendimento, o Centro Empresarial Aeroespacial (CEA), nova denominação do aeroporto privado Aerovale, projeto em construção em Caçapava (SP). Penido defende que não se trata “apenas” de um aeroporto regional, mas de um complexo logístico, industrial e aeroportuário, com potencial de negócios além de pousos e decolagens.

Concebido há mais de dez anos para atender a cadeia aeroespacial que vivia um momento de expansão e orbita em torno da Embraer, em São José dos Campos, o empreendimento começou a ser construído em 2013. Mas o ritmo das obras caiu à medida que as dificuldades do grupo aumentaram, sobretudo com a crise que minguou o crédito no mercado.

Paralelamente, em fevereiro de 2015 as obras sofreram embargo ambiental do Ministério Público Federal (MPF) e um mês depois o grupo entrou com pedido de recuperação. O embargo foi levantado em 2016, quando foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Desde o fim de maio foram assinados 20 acordos de confidencialidade com grupos nacionais e estrangeiros que investem em infraestrutura e no setor imobiliário, incluindo fundos de investimento, family offices e até mesmo private equity.

“Não é um modelo de negócio de aeroporto. É um loteamento logístico e industrial com infraestrutura aeroportuária”, explicou Caio Dias, sócio da Jawa Consultoria, que estruturou o plano de recuperação judicial do Penido. O texto foi aprovado no dia 25 de julho pela assembleia geral de credores.

A liquidação das dívidas está equacionada nas condições acordadas com os credores independentemente da entrada de um sócio. “Mas para conseguir finalizar o CEA num cronograma rápido e atraente seria interessante a vinda de um investidor para capitalizar o ativo”, disse Dias. “Cumprimos tudo, estamos prontos para dar a arrancada”, disse Rogério Penido, presidente do grupo que nasceu há 36 anos em São José dos Campos.

Vários modelos para entrada do sócio foram oferecidos e não está descartada a alienação completa do ativo.

Com origem na área de construção, o grupo Penido – que não tem relação comercial com a Soares Penido -, quer um sócio para fazer o empreendimento decolar o mais rapidamente possível. Em dezembro de 2016, contratou a butique de fusão e aquisição Cypress, que tem a missão de buscar o investidor. Até agora, 48% das obras foram feitas, com R$ 126 milhões investidos. Restam R$ 148 milhões para a conclusão da estrutura física básica do empreendimento.

Vários modelos para entrada do sócio – com aporte de mais ou menos recursos, e correspondente fatia acionária no projeto foram oferecidos como opção. Não está descartada, no limite, a alienação completa do ativo.

Além dos desembolsos para a infraestrutura do loteamento, há também no CEA grande potencial de investimento em edificações e hangares customizados (“build to suit”). Ideal, defende Penido, para grupos que preferem assumir tudo (ou seja, terminar o loteamento, construir a superestrutura e alugar). Tais como chineses e fundos soberanos. Nessa modalidade, as cifras podem superar R$ 1,5 bilhão em investimentos, estima.

A expectativa é receber nos próximos dois meses propostas não vinculantes e fechar o negócio até o fim do ano. “Entrou o dinheiro, a ideia é estar em funcionamento em sete meses”, estimou Penido. A área total é de 2,2 milhões de metros quadrados, sendo que só o condomínio para comercialização dos lotes terá mais de 800 mil metros quadrados. Há carta de intenção de onze grandes empresas âncoras interessadas em se instalar no condomínio.

O grupo pediu recuperação judicial para repactuar R$ 38,5 milhões em dívidas – o que representa quase 90% do que deve. O maior credor é o Banco do Brasil, com R$ 17,7 milhões. A recuperação judicial incluiu três companhias: as recuperandas Penido Construtora, Pavimentadora Penido e Penido Desenvolvimento CEA (Aerovale).

O CEA tem uma pista de pouso de 1.550 metros de extensão e 30 metros de largura, que será expandida para 45 metros. Tem capacidade para a operação de jatos de pequeno e médio porte – e até de grande porte, mas com algumas restrições. As principais autorizações e licenças para implantação e operação do CEA já foram obtidas, incluindo autorização da Anac (agência reguladora do setor), outorga para operação de voos comerciais e executivos e licenças ambientais.

Por Via Vale

Um comentário:

Miriaklos disse...

Tenho que o que foi feito com o AEROVALE possa ser considerado grave injustiça e interveniência do Judiciário em causas que pouco lhe dizem respeito, especialmente quando se sabe que, no caso tenha agido sob a grita de um grupo que não analisa as orientações como devam ser avaliadas, mas que agem, literalmente, no grito. Espero que agora o bom senso prevaleça. Penido desejo firmemente que os ventos do sucesso lhe sejam favoráveis, você (mais) que merece. Tenha sempre a proteção do "Maior".