O governo Michel Temer (PMDB) liberou verbas para deputados governistas e oposicionistas às vésperas da votação contra ele na Câmara. Os recursos liberados beneficiaram e muito os oposicionistas, contrariando a gritaria da Rede Globo e dos deputados de esquerda que acusavam Temer de compras de voto.
Tabuladas pela Folha, as informações constam no sistema oficial de acompanhamento orçamentário do Senado. Foram consideradas as emendas parlamentares, que são pedidos que os deputados fazem para destinar verbas a seus redutos eleitorais.
De fato, os empenhos com emendas parlamentares foram crescendo: R$ 768 milhões em maio; R$ 1,6 bilhão em junho; R$ 1,9 bilhão em julho. Como aponta a Folha, não há nem correlação entre os votos dos deputados e a liberação de emendas: na média, cada parlamentar que votou com Temer teve liberados R$ 3,4 milhões, e os contrários, R$ 3,2 milhões. Isso é média. A comunista Alice Portugal conseguiu R$ 10,5 milhões.
A Folha considerou as emendas "empenhadas", ou seja, as que o governo se compromete a liberar. A reportagem não encontrou correlação entre mais recursos e benefício maior a governistas.
As emendas parlamentares são feitas pelos deputados na elaboração do Orçamento. Cabe ao Executivo decidir o ritmo de liberação desses recursos.
Para entender: segundo exigência da Emenda Constitucional 86, 50% do valor que for liberado em emenda têm de ser destinados à Saúde. E um número final: as emendas parlamentares correspondem a apenas 1,2% da receita corrente líquida prevista no projeto orçamentário enviado pelo governo.
Cuidado com a peixaria de onde saiu o produto que você anda consumindo. Opinião estragada é mais tóxica do que peixe podre.(RA)
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