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O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu exonerar o assessor Manoel Lauro Volkmer de Castilho, que assinou um manifesto em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento foi entregue nesta segunda-feira, ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e defendia a decisão dos advogados de Lula de recorrer à Organização das Nações Unidas (ONU) contra o juiz Sergio Moro.
Segundo Teori, foi Castilho quem pediu exoneração “para evitar constrangimento”. “Ele pediu exoneração e eu aceitei. O conteúdo do documento pode aparentemente fazer com que se façam leituras incompatíveis. Ele percebeu isso e tomou a iniciativa”, disse.
O ministro fez uma série de elogios ao assessor, disse que eram amigos desde a época da faculdade, mas que diante do gesto político que decidiu adotar, a saída dele do cargo seria a melhor a solução. “Ele vai me fazer muita falta. Mas para todos os efeitos, o importante não é só ser, mas também parecer. Não pode parecer que, num gabinete que trata de questões criminais importantes, possa haver qualquer dúvida a respeito da isenção”, disse.
Teori disse ainda que Castilho não trabalhava na área criminal, ou seja, não era responsável pelos processos da Operação Lava Jato. Ele ocupava um cargo comissionado de assessor técnico no gabinete do ministro desde novembro de 2014. Desembargador aposentado do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, ele é casado com a vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko.
O texto, assinado por mais de 60 procuradores, professores e advogados, afirmava que Lula era “alvo das elites e da oligarquia”, que “inconformadas com a ascensão da esquerda ao poder” iniciaram uma “verdadeira caçada ao petista com o apoio da grande mídia”.
“Embora tenha deixado a Presidência da República há cerca de seis anos, Luiz Inácio Lula da Silva continua sofrendo ataques preconceituosos e discriminatórios. Agora as ofensas estão acompanhadas de uma tentativa vil de criminalizar o ex-presidente”, dizia o documento.
Lula é alvo de diversas linhas de investigação na Lava Jato, tanto em Curitiba quanto no STF. Na Corte, há um pedido de abertura de inquérito ao lado da presidente afastada Dilma Rousseff e de inclusão no inquérito-mãe da Lava Jato. Na semana passada, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, decidiu torná-lo réu sob acusação de obstruir a Justiça ao tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
(Com Estadão Conteúdo)
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