O ATO E O FATO

“NO LIMITS” = SEM LIMITES

Brasilino Neto

Segunda feira, 3 de fevereiro, como presidente da Academia Caçapavense de Letras, que assentiu ao convite da Secretaria Municipal de Educação, pude viver momentos que me impuseram reflexões.

Isto por ter participado da palestra desta Secretaria nas dependências do Clube Jequitibá, que contou com a presença do prefeito Henrique Rinco, o Secretário de Educação Sidney Sanita e mais de 250 professores para a palestra do mestre Paulo Afonso Caruso Ronca = PAULO RONCA, com o título “Educador: você faz a diferença no século XXI”.

O palestrante despertou nos presentes o interesse e necessidade da análise do momento pelo qual passam as sociedades, a rapidez das comunicações, das transformações e especialmente quanto aos jovens, adotando como tema central a expressão que dá o título a essa matéria, ou seja, “No Limits” = Sem Limites, e os reflexos desta situação nas salas de aula. 

Afirma o professor Ronca que o “no limits” traz problemas à sociedade, posto que a falta de parâmetros faça com que entendam que tudo pode ser feito e sem a obediência a qualquer limite e até mesmo quando este seja o da preservação da vida e saúde de seus conviventes.

E quando esta situação caminha sobre esta tênue linha divisória de não se saber preservar sequer a vida de seus iguais, é porque o “no limits” passou dos limites.

Fez o professor referência sobre o consumismo desenfreado, à sanha em ter e estar conectado com tudo que acabou de ser colocado à disposição para compra, aqui também as coisas se dando na base do “No Limits”, simplesmente para alimentar a aparência, em detrimento ao conteúdo.

Neste sentido o professor Ronca traz o ensinamento que está em seu livro de agradável e necessária leitura “Quem são nossos filhos? Compreender o mundo para saber educá-los”, quando cita Machado de Assis, que em 1876 escrevera: “Se queres saber a razão do mau sucesso, é deixar-se levar mais pelas aparências que pela realidade; é dar menos apreço às qualidades sólidas do coração do que às frívolas exteriores da vida ... as aparências duram a roda de uma valsa, ou, quando muito, a moda de um chapéu; podem satisfazer o capricho de um dia, mas são estéreis as necessidades do coração”.

Arremata o palestrante que o jovem hoje chega à sala de aula pouco interessado no aprendizado, ‘educado’ pela televisão, sentindo-se à vontade e com o direito em sorver bebida alcoólica, com uma ideia desenfreada de consumo e sem limites até mesmo nas relações entre pais e filhos.

Deve o professor acompanhar, compreender e estar preparado e atento a este momento e ocorrências, eis que neste ambiente pouco afável, como “Educador fará a diferença no século XXI”.

Aqui peço permissão para indicar a leitura deste livro do Professor Paulo Ronca, pois além de poder com ele ter estreita convivência durante a leitura, trará ao leitor ensinamentos na educação e harmônica convivência com os filhos, e momentos particularmente agradáveis ante suas singelas narrativas. Ótimo!

Com certeza, com os conhecimentos e dedicação que se dotam, após esta palestra os Professores caçapavenses sentir-se-ão seguros de que “como Educadores, farão a diferença no século XXI”, e saberão como enfrentar e responder aos reclamos e anseios de seus alunos, com reflexos no restabelecimento dos limites, hoje esvaídos.

Por Brasilino Neto