segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A Copa do Mundo e o marketing oficial do terror preventivo...


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O governo brasileiro torrou e está torrando uma fábula, ainda não calculada, para realizar a Copa. Muitas obras de infraestrutura, especialmente as de mobilidade, previstas no plano original não foram feitas. O governo as trocou pela decretação de feriado, mudança no calendário escolar, jeitinhos… Seis dos 12 estádios, que deveriam ter sido inaugurados até dezembro do ano passado, ainda não estão prontos. Joseph Blatter, presidente da Fifa, disse jamais ter presenciado atraso tamanho. Ele está na organização desde 1975. Já batemos o primeiro recorde: “nunca antes na história da Fifa…”.

Pior: alguns desses estádios serão mesmo elefantes brancos, futuras ruínas. A realização do torneio em tantas capitais foi decidida por um misto de populismo com delírio de grandeza. A brasileirada ficou sem o metrô, as estradas, as vias de acesso… Mas ganhou monumentalidades inúteis. E, no entanto, teremos, sim, Copa do Mundo. Se o Brasil for campeão, Dilma Rousseff pode ganhar ou perder a eleição. O mais provável é que ganhe. Se o Brasil não for campeão, Dilma Rousseff pode ganhar ou perder a eleição. O mais provável é que ganhe. Qual a razão da TPM, da Tensão Pré-Mundial?

Ora, a campanha eleitoral já começou. Os petistas sempre foram muito hábeis em vender o que não fizeram, mas são ainda melhores quando se trata de atribuir a adversários defeitos e intenções que não têm. De resto, é preciso que se esclareça: uma oposição que explorasse os erros e a incompetência do governo na realização da Copa do Mundo ou de qualquer outro evento estaria apenas cumprindo a sua função, a sua obrigação, a sua missão, o seu mandato — adquirido nas urnas: opositores existem para vigiar o governo, apontar as suas falhas e tentar tomar o seu lugar quando há eleições, segundo as regras do jogo. Se a incompetência do governo Dilma for parar no horário eleitoral de seus adversários — coisa em que não acredito —, estaremos apenas diante do corriqueiro em sociedades livres.
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