terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Juiz ouve brasileiro preso nos EUA por ameaça de bomba


Avião da TAM

Preso no aeroporto de Miami na quinta-feira passada após ser identificado como o autor de mensagens eletrônicas com supostas ameaças de derrubar um avião da TAM que decolaria para Brasília, o estudante Francisco Fernando Cruz, de 22 anos, deve comparecer pela primeira vez perante a Justiça americana nesta terça-feira. A audiência de detenção de Cruz, procedimento em que o juiz decide se o réu tem direito de responder o processo em liberdade após pagamento de fiança, está agendada em uma corte federal em Miami. A audiência de acusação foi marcada para o dia 24. 

Dois dias antes da data do voo, o brasileiro enviou e-mails à TAM e à polícia de Miami indicando a existência de uma bomba em um avião da empresa que partiria da cidade americana para Brasília em 10 de janeiro. "O avião não deve decolar. Alvo. Vai cair. Represália. A carga é perigosa. Estejam avisados", dizia a mensagem.

Há dois anos nos EUA, onde foi estudar publicidade na Universidade de Montclair, em Nova Jersey, o estudante foi preso ao desembarcar de Nova York para tomar em Miami o mesmo voo a que se referira nas mensagens. Ele viajaria para o Brasil para renovar o visto de permanência nos EUA.

A polícia identificou Cruz após rastrear a origem dos e-mails. No momento em que ele enviava um deles de um computador da faculdade onde estuda, uma câmera gravou a imagem do rapaz. Outro e-mail foi envidado da casa dele. Ao ser detido no aeroporto, o brasileiro teve a bagagem revistada, mas nada foi encontrado. A aeronave foi liberada para levantar voo rumo ao Brasil.

Com família em Sorocaba, no interior de São Paulo, o estudante deve responder por ameaça à segurança do transporte aéreo e pode ser condenado a até cinco anos de prisão e multa de 250 000 dólares, mesmo considerando que a ameça era falsa, segundo a procuradoria responsável pelo caso. 

Em Sorocaba, a família do estudante informou que já fez contato com um advogado nos EUA. O defensor procurou o Consultado Brasileiro em Miami, que também acompanha o caso. De acordo com os familiares, Francisco Fernando Cruz não tem antecedentes criminais e agiu sem má-fé. Segundo a imprensa americana, policiais de Miami afirmaram que o brasileiro confessou ter sido o autor das mensagens, que seriam parte de um "jogo" para saber se o remetente dos e-mails poderia ser identificado.

(Com Estadão Conteúdo)

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