O Ato e o Fato

Caçapava e a Inglaterra.

Caçapava nesta semana se irmanou em um mesmo sentimento com a Inglaterra, o de tristeza.

Por Caçapava: no inicio da tarde de domingo a cidade recebeu inconsolável a notícia do falecimento de Roberto Martins de Barros, homem correto, dedicado à família e aos amigos, sempre de forma incondicional e desinteressada, pois fazia isto por ter coração sempre cheio de bondade.

Era assim mesmo exercendo a função de Delegado de Policia que, como se sabe, é um desaguadouro de problemas contundentes, pois ninguém ali, na maioria das vezes, aporta para tratar de coisas agradáveis, passear ou conversar fiadamente.

Pela Inglaterra: Os britânicos na manhã de ontem receberam, com o mesmo sentimento, a notícia do falecimento da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher. Foi a primeira e única mulher a exercer cargo de chefe do Reino Unido por 11 anos, mais longo mandato desde o século19.

Ficou conhecida como a “Dama de Ferro” ante a determinação e segurança de seus posicionamentos pessoais e políticos, sem nunca, no entanto, ter perdido o senso e a delicadeza peculiares da mulher.

Roberto Martins de Barros e Margaret Thatcher se ombreiam no quesito “coração bondoso” e por isto os Caçapavenses e Britânicos sofrem estas perdas e têm o sentimento de irreparabilidade.

Mas trago aqui um trecho de uma crônica que fiz em momento tal de um Amigo, também Brasilino, quando assentei:  “Meu Pai, o momento que nos ocorre agora me faz acreditar que o Céu existe, pois se não existisse para aonde iriam pessoas como você ?”.

Valho-me desta triste lembrança dos idos de março de 2001, quando nos despedimos, para atribuir a Roberto Martins de Barros a mesma frase, pois tal como o Brasilino Pai, neste mundo viveu e difundiu o amor.

Para reflexão trago aqui um texto, também de minha autoria, que denomino de “Relógio da Vida”, que é encabeçado por um relógio que tem os números colocados de forma inversa ao normal, posto que o número “1” está à esquerda do “12” e os ponteiros andam no sentido anti-horário, assim:

“Quando você vem ao mundo, ao contrário do que pensa, não está crescendo, mas sim caminhando invariavelmente para a proximidade do fim. Pois o relógio da vida “anda” no sentido inverso de nosso caminhar. Você deve, então, fazer tudo que de bom possa, como que o seu relógio estivesse marcando sua última hora. E, sobretudo, estar preparado para que no momento que ele der a badalada final, você esteja certo de ter sido feliz, e agido de forma com que todos que te rodeiam também tenham sido felizes, pois esta é na Terra nossa única missão”.

Elevemos, com fé, nossos pensamentos em favor de todos que tenham ou tiveram um “coração bondoso”.

Por Brasilino Neto