Carlos Brickmann
Reduzir o número de parlamentares é essencial: não dá para trabalhar com 513
deputados federais e 81 senadores (e isso enquanto não se criam novos Estados
com novos cabides de empregos). O ganho de eficiência, sem perda de nenhum
pedacinho de democracia, deveria se estender a todo o país, com a redução de
pelo menos metade do número de deputados estaduais e vereadores.
Mas como fazer a reforma, se quem mexe na Constituição é exatamente o
parlamentar interessado na maior quantidade possível de cadeiras, para facilitar
sua reeleição? A criação do PSD, partido liderado pelo prefeito paulistano
Gilberto Kassab, abre campo para isso: a primeira proposta da nova legenda é uma
Constituinte exclusiva, funcionando ao lado do Congresso, com a atribuição única
de reformar a Constituição, formada apenas por quem não tem mandato político, e
que não poderá candidatar-se nas eleições seguintes. Abre-se aí a possibilidade
de, com pessoas que não tenham militância eleitoral, dar economicidade ao
Congresso, às Assembléias e às mais de cinco mil câmaras de vereadores do
país.
Não é só uma questão de economia (embora cada parlamentar a menos, com
carros, secretárias, motoristas, assessores, 15 salários por ano, verbas para
guarda-roupa, moradia, gasolina, passagens aéreas, telefonemas, um inacreditável
volume de cópias xerox, novos edifícios que abriguem escritórios mais amplos e
luxuosos, para manter equipes cada vez mais caras nas bases eleitorais,
signifique uma boa poupança).
É questão de eficiência: menos gente, menos trombadas.
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